UFF e Petrobrás desenvolvem parceria para revolucionar a exploração petrolífera

Equipamento MSSV-CG-EM - Projeto exploração de petróleo.

Crédito da fotografia: 
Laboratório de Geoquímica Orgânica.

A Universidade Federal Fluminense (UFF) está na vanguarda da pesquisa em petróleo com um projeto inovador que se concentra no estudo de inclusões fluidas - pequenas cavidades microscópicas, presentes em minerais de rochas e contendo quantidades mínimas de água, óleo e/ou gás. Essas inclusões são essenciais para a nova abordagem da UFF na exploração geoquímica de petróleo.

Desenvolvido por meio do Laboratório de Geoquímica Orgânica do Instituto de Química, em parceria com o Centro de Pesquisas, Desenvolvimento e Inovação Leopoldo Américo Miguez de Mello (CENPES/PETROBRAS) e com apoio da Fundação Euclides da Cunha (FEC), o projeto visa desenvolver técnicas analíticas avançadas para extrair, detectar e analisar as inclusões fluidas de petróleo de origens minerais distintas (i.e. quartzo, siliciclásticos, carbonatos) para, em seguida, caracterizar a composição molecular em nível de traços com foco nos biomarcadores de petróleo.

O reitor da UFF, professor Antonio Claudio da Nóbrega, destaca que o projeto é um exemplo claro da contribuição da universidade para o progresso tecnológico e científico do nosso país: "Valorizamos o esforço e a dedicação de nossos(as) pesquisadores(as), cuja excelência não apenas eleva o padrão de pesquisa e educação em nossa nação, como também mas traz benefícios diretos para a sociedade brasileira em termos de geração de emprego, redução de custos e segurança energética".

Segundo o coordenador da iniciativa, professor do Instituto de Química da UFF, Marcelo Correa Bernardes, as técnicas desenvolvidas poderão revolucionar a maneira como a indústria de petróleo explora novas regiões. “Este estudo tem o potencial de revelar informações valiosas sobre a qualidade dos hidrocarbonetos e os processos de migração do petróleo nos reservatórios, além de possibilitar uma avaliação mais precisa dos reservatórios, o projeto promete contribuir significativamente para a redução de riscos e custos na exploração regional de petróleo”, explica o coordenador.

No contexto brasileiro, a exploração do pré-sal, sendo uma bacia geradora não convencional, as informações acerca de suas características podem ser fielmente resgatadas através do estudo de inclusões fluidas. Desde o início de sua exploração, a produtividade do pré-sal se manteve alta, com 51 poços ativos produzindo 2 milhões de barris por dia em 2018. Espera-se que a produção duplique até o final de 2025, alcançando mais de 4 milhões de barris diários.

"A autossuficiência do Brasil em petróleo já é uma realidade, e as projeções indicam que até 2035 o país não apenas cessará a importação de petróleo como também se tornará um dos maiores exportadores dessa energia", afirma o coordenador Marcelo Bernardes.

O projeto também fomenta o desenvolvimento econômico e a criação de empregos, contribuindo significativamente para a segurança energética do Brasil e reforçando sua posição no cenário energético internacional. Atualmente, a equipe trabalha na montagem de uma sala branca com capelas específicas e sistema de exaustão e a instalação de equipamentos para as análises por cromatografia gasosa (CG-EM e CG-FID), além de um Micro Scale Sealed Vessel - cromatografia de micropirólise em tubo de vidro selado (MSSV) , preparando-se para iniciar a validação dos protocolos analíticos e, assim, iniciar os ensaios com as amostras de rochas previamente selecionadas.

A pós-doutoranda em geoquímica na UFF Sandra Brandão Jorge acrescenta que o desenvolvimento de métodos de análise de inclusões fluidas é uma importante estratégia para ampliar o potencial de conquistar novas propostas de pesquisa para a UFF. "Isso não só eleva nossa capacidade de realizar essas análises de forma independente, como também nos evidencia na comunidade científica, através de publicações de artigos, elaboração de teses, dissertações e participação em congressos regionais e internacionais", ela observa.

Com uma equipe robusta na área de química, incluindo o coordenador Marcelo Correa Bernardes, a vice-coordenadora Kátia Zaccur Leal, as pós-doutorandas Sandra Brandão Jorge e Hemmely Guilhermond de Souza Severino, a doutoranda Antônia Machado Correa e a doutora Juliana Menezes de Sousa, a UFF se estabelece como um centro de excelência em pesquisa energética, prometendo avanços significativos para a indústria do petróleo e para a ciência geológica como um todo.

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