A Raiva é uma doença transmissível que pode atingir todos os mamíferos como cães, gatos, cavalos, bois, macacos, morcegos e também o homem, quando a saliva do animal infectado entra em contato com com a pele lesionada ou mucosa, através de mordidas, arranhões e lambeduras. O vírus da raiva ataca o Sistema Nervoso Central, levando à morte em pouco tempo de evolução da doença. Trata-se de uma doença gravíssima com letalidade de 99,9%.
Neste ano de 2020, ocorreu um caso de raiva humana que evoluiu para óbito no município de Angra dos Reis/RJ. O último caso/óbito ocorrido no Estado havia sido em 2006. Com isso, autoridades sanitárias do Estado do Rio de Janeiro emitiram um alerta para a população, enfatizando a necessidade de divulgação das medidas de prevenção da raiva humana.
A raiva apresenta dois ciclos de transmissão: urbano e silvestre, sendo o urbano mais passível de controle, por se dispor de medidas eficientes de prevenção.
No Brasil e no mundo, os cães ainda são considerados responsáveis por mais de 90% da exposição e da morte em seres humanos. Por isso, a vacinação canina é uma das formas mais eficientes de prevenção da doença.
O período de incubação do vírus é variável entre as espécies e tem uma média de 45 dias no ser humano. Nos cães e gatos, a eliminação do vírus pela saliva ocorre de 2 a 5 dias antes do aparecimento dos sintomas e continua durante toda a evolução da doença.
Os sinais indicativos de que o animal possa estar infectado variam conforme a espécie. Os mais comuns são: Dificuldade para engolir, salivação abundante, mudança de comportamento, mudança de hábitos alimentares e paralisia de patas traseiras. Nos cães, o latido torna-se diferente do normal, parecendo um “uivo rouco”. Já os morcegos podem ser encontrados durante o dia, em hora e locais não habituais.
Em humanos, a raiva manifesta-se inicialmente com mal-estar, aumento de temperatura, falta de apetite, dor de cabeça, enjoos, dor de garganta, irritabilidade, inquietude e sensação de angústia. Pode haver dor, queimação, formigamento e hipersensibilidade no local da mordedura. Conforme a infecção vai progredindo, podem ocorrer febre, delírios, espasmos musculares involuntários e/ou convulsões. Observa-se ainda sensibilidade a luzes e sons, medo de corrente de ar e de água, além de dificuldade para engolir.
A raiva não tem cura estabelecida, sendo a única forma de prevenção por meio da vacinação. O tratamento é profilático, conforme Protocolos do Ministério da Saúde. Dependendo do tipo, do local da agressão e do animal agressor haverá a necessidade de administração da vacina e do soro antirrábico. A demora para iniciar a profilaxia e a não infiltração das lesões com soro antirrábico humano são falhas frequentes na profilaxia antirrábica humana. Portanto, é necessário que o atendimento seja rápido para ser eficaz.
Para evitar que o vírus penetre no organismo, a pessoa agredida deve tomar as seguintes medidas:
1 – Lavar imediatamente o ferimento com água e sabão;
2 – Procurar uma Unidade de Saúde local para orientações e medidas profiláticas pós-exposição conforme cada caso;
3 – No caso de agressão por animais domésticos, não matar o animal e sim deixá-lo em observação por 10 dias, recebendo água e comida normalmente em local seguro; Se o animal adoecer, morrer, desaparecer ou mudar de comportamento, comunicar o fato imediatamente ao Serviço de Saúde local.
A principal forma de prevenção da doença é a vacinação. Para cães e gatos, a vacinação deve ser realizada de 12 em 12 meses, por isso os donos de animais domésticos devem estar atentos à carteira de vacinação do animal. Para os profissionais com risco de exposição ao vírus (trabalhadores e estudantes da medicina veterinária, trabalhadores de parques e reservas de animais, trabalhadores de laboratórios específicos, entre outros), o esquema de vacinação pré-exposição é indicado, sendo recomendado 3 doses da Vacina Antirrábica Humana (VARH) e sorologia 14 dias após a terceira dose.
Endereços e telefones úteis:
Rio de Janeiro
- Centro de Controle de Zoonoses Paulo Dacorso Filho – CCZ: Largo do Bodegão, 150 – Santa Cruz, Rio de Janeiro/RJ. Teleatendimento: 1746. E-mail: ccz@rio.rj.gov.br
- Instituto Municipal de Medicina Veterinária Jorge Vaitsman – IJV e Laboratório Municipal de Saúde Pública – LASP: Av. Bartolomeu de Gusmão, 1120 – São Cristóvão, Rio de Janeiro/RJ.
- Hospital Municipal Lourenço Jorge (Referência para Soro antirrábico): Av. Ayrton Senna, 2000 – Barra da Tijuca, Rio de Janeiro/RJ. Teleatendimento: (21) 3111-4765
Niterói
- Departamento de Vigilância Sanitária e Controle de Zoonoses: Rua São João, 190 – Centro, Niterói/RJ. Teleatendimento: (21) 2717-8331 / (21) 2613-2775. E-mail: devig@saude.niteroi.rj.gov.br
- Centro de Controle de Zoonoses: Rua Gustavo Moreira, 200 – Morro do Céu, Caramujo, Niterói/RJ. Teleatendimento: (21) 2625-8441. E-mail: cczoonoses@saude.niteroi.rj.gov.br
- Policlínica Regional do Largo da Batalha Dr. Francisco da Cruz Nunes: Rua Ver. Armando Ferreira, 30 – Largo da Batalha, Niterói/RJ. Teleatendimento: (21) 2710-1053 / (21) 2710-8296. E-mail: prlbatalha@saude.niteroi.gov.br
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Protocolo de tratamento da raiva humana no Brasil – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 1ª edição revisada, Ministério da Saúde, 2014.
RIO DE JANEIRO. Secretaria de Estado de Saúde. Alerta Raiva Humana Nº 001/2020. Medidas de prevenção da Raiva Humana dirigidas à população do Estado do Rio de Janeiro. Disponível em <http://www.riocomsaude.rj.gov.br/Publico/MostrarArquivo.aspxC=D2Zql3xc1S8%
3D> Acesso em 19 jun 2020.
RIO PREFEITURA. Subsecretaria de Vigilância, Fiscalização Sanitária e Controle de Zoonoses. Zoonoses. Raiva. Disponível em <