A UFF, em constante diálogo com as escolas públicas de Niterói e regiões contribui para a formação inicial e continuada de professores por meio de ações como o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), o Programa Institucional de Residência Pedagógica (PIRP) e o Programa Licenciaturas, envolvendo quase 900 licenciandos em mais de 80 projetos, dentre eles o intitulado “Animes no ensino da Química: investigação do potencial didático”, coordenado pela professora Andréa Aparecida Ribeiro Alves.
Vinculado à Pró-Reitoria de Graduação da UFF por meio da Divisão de Prática Discente, tal projeto busca incentivar o estudo da Química, tendo como principal finalidade mostrar ao aluno do Ensino Médio que a ciência está presente em todos os âmbitos da nossa vida, até mesmo nos desenhos animados, e que é necessário exercitar uma visão crítica para se observar e discutir o que está sendo explorado na disciplina.
A professora Andréa, abordando a importância do uso de recursos didáticos diferenciados para despertar o interesse dos alunos, explica que “Aumentar essa gama de recursos significa ter mais uma ferramenta didática que o futuro professor pode se apropriar para tornar a aula mais atraente, mais interessante e diferente. Deste modo, apresentar um novo recurso didático para as aulas de Química é algo muito relevante”.
As principais ações desenvolvidas pelos licenciados bolsistas do projeto no ano de 2017 foram: revisão bibliográfica acerca dos animes, com o intuito de observar qual conceito científico a obra utiliza dentro da sua ludicidade; caracterização do trecho de anime escolhido, visando identificar qual seria o melhor momento para inserir esse tipo de recurso em sala de aula; discussão de quais devem ser os cuidados necessários ao se planejar uma aula contendo animes como recurso didático; reflexão sobre a aplicação dos trechos de anime escolhidos, tendo em vista os pressupostos teóricos de Lev Vygotsky, com base nos três momentos pedagógicos de Demétrio Delizoicov, José André Angotti e Marta Pernambuco autores importantes para essa proposta. Além disso, vale ressaltar que uma das bolsistas que realizou o trabalho, Marina Gonçalves de Monroe, ganhou, como melhor trabalho de 2018, o prêmio Sueli Camargo Ferreira na Mostra de Iniciação à Docência da UFF.
A partir dessas e de outras ações, pode-se notar a considerável aplicabilidade dos animes no ensino de Química, assim como a grande aceitação desse tipo de recurso pelos futuros professores e docentes das escolas públicas. Contudo, a professora ressalta que “as atividades que acompanhariam a implementação desse recurso em sala de aula também são um ponto importante a ser trabalhado, pois o vídeo por si só não ensina, e é através das atividades dialógicas que a obra e o conceito científico poderão ser significados para o aluno”.
Segundo a docente, foi trabalhado também o aumento da confiança dos professores e dos licenciados frente ao emprego dos animes como recurso didático, uma vez que não é necessário ser íntimo desse tipo de desenho animado para utilizá-lo, mas sim saber observar suas potencialidades a fim de planejar uma aula significativa para a vida do educando.
Dessa maneira, a UFF se encontra cada vez mais comprometida com o avanço do ensino público, buscando novas maneiras de aprimorar a prática docente por meio de projetos que colaboram com a formação dos licenciandos e docentes da UFF e com os professores e estudantes da rede pública de ensino.