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Projeto da UFF permite busca em acervos etnográficos brasileiros

Foto: Coleções Etnográficas no Brasil

Com o objetivo de centralizar informações sobre as coleções etnográficas espalhadas por museus e instituições culturais em todo o país, nasceu o projeto Mapeamento das Coleções Etnográficas no Brasil, coordenado pela Universidade Federal Fluminense (UFF), em parceria com a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Sob a liderança da professora Adriana Russi (UFF), do professor Marco Brandão (UFF) e da pesquisadora e pós-doutoranda Geslline Giovana Braga (UNIRIO), o projeto busca reunir em uma única plataforma digital dados relevantes sobre o patrimônio cultural indígena, afro-brasileiro, de imigrantes, ciganos e de arte e cultura popular, facilitando o acesso a essas informações para pesquisadores, detentores de acervos e o público em geral.

A plataforma online apresenta a localização dessas coleções em museus, centros culturais e outras iniciativas de memória em todo o país. Dessa forma, busca contribuir para o conhecimento dos detentores, promover políticas de democratização dos acervos, reparação histórica e fomentar iniciativas de pesquisa e acesso a esses objetos, suas histórias e significados.

A professora explica que a criação da plataforma foi motivada por trabalhos de referência na área, como o Dicionário do Artesanato Indígena de Berta Ribeiro.

“A inspiração veio de grandes obras que já mapeavam parte da cultura material indígena, mas percebemos a necessidade de um levantamento mais abrangente que reunisse essas informações em uma única plataforma digital”, aponta Adriana.

Desde o início, em 2018, o projeto enfrentou desafios como a dificuldade em obter dados completos de museus e a complexidade na modelagem da plataforma digital.

“Desde a documentação incompleta nos museus até a dificuldade em atingir as comunidades detentoras das coleções preservadas”, destacou Adriana. No entanto, o apoio institucional e a parceria com universidades e museus têm sido fundamentais para o avanço do projeto.

Com a finalização prevista para 2025, a plataforma promete permitir buscas por acervos de diversas maneiras, como por grupos étnicos, regiões ou tipo de instituição. Adriana acredita que essa ferramenta terá um impacto significativo na valorização das coleções etnográficas no Brasil.

“Esperamos que o projeto contribua não apenas para a visibilidade desses acervos, mas também para processos de reparação histórica e usos educacionais que podem surgir a partir desse conhecimento”, concluiu.

O lançamento do website do projeto ocorreu durante o seminário do Comitê de Patrimônios e Museus da Associação Brasileira de Antropologia (ABA), realizado no Museu de Artes e Ofícios, em Belo Horizonte. A versão teste da plataforma busca oferecer uma visão preliminar do acervo cadastrado, abrindo espaço para sugestões e correções dos usuários.

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