Nesta terça-feira, 14 de novembro, o professor emérito da UFF Silviano Santiago foi agraciado com o Prêmio Camões, a mais elevada distinção na literatura em língua portuguesa, em reconhecimento à sua trajetória literária. A premiação, fruto de uma colaboração entre Brasil e Portugal desde 1988, homenageia escritores que contribuem significativamente para enriquecer o patrimônio cultural da língua. Além da honraria, Santiago recebeu um prêmio em dinheiro no valor de 100 mil euros, destacando oficialmente a relevância de seus ensaios, romances, contos e poesias.
A cerimônia, que contou com a presença da Ministra da Cultura Margareth Menezes, aconteceu na Fundação Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro. Durante o evento, o autor lançou também seu mais recente livro de ensaios, intitulado “Grafias de Vida – a Morte”.
Silviano Santiago, considerado um dos grandes escritores brasileiros contemporâneos, é conhecido por obras como “Machado” (2016), “Stella Manhattan” (1985) e “Em Liberdade” (1981). Além do Prêmio Camões, ele já foi agraciado com o Prêmio Machado de Assis pela Academia Brasileira de Letras e o Prêmio José Donoso, do Chile, em reconhecimento ao conjunto de sua obra.
Seis vezes vencedor do Prêmio Jabuti, a mais prestigiada premiação literária do Brasil, Santiago foi eleito membro da Academia Mineira de Letras em 2021. Originário de Formiga, Minas Gerais, o autor tornou-se doutor em Letras pela Sorbonne, em Paris, e lecionou em universidades nos Estados Unidos antes de se estabelecer no Rio de Janeiro, onde atualmente é professor emérito na UFF, tendo sido peça fundamental na estruturação do Programa de Pós-graduação em Letras da universidade e na formação de diversas gerações de professores e intelectuais.
“Cheguei à UFF já no final da minha carreira e trouxe uma bagagem que foi importante para esta instituição, em particular, para a área de Letras. Junto com a professora Laura Padilha, fomos responsáveis por uma grande transformação na pós-graduação de Letras. Fizemos um programa piloto na época”, ressalta o professor.
Durante a cerimônia, o docente dedicou o Prêmio Camões ao artista Mário de Andrade, além de refletir sobre a Amazônia e a democracia. “Repito as palavras de Mário de Andrade. E se agora percorro a minha obra já numerosa e que representa uma vida trabalhada, não me vejo, uma só vez, pegar a máscara do tempo e esbofeteá-la, como ela merece. Quando muito, lhe fiz de longe umas caretas, mas isto, a mim não me satisfaz.”