As professoras Haydée Caruso e Juliana Silva, que integram o Instituto de Estudos Comparados em Administração de Conflitos (Ineac-UFF), acabam de receber os 2º e 3º lugares, respectivamente, no Prêmio FAPDF de Ciência, Tecnologia e Inovação, na categoria “Pesquisador Inovador – Setor Público”. A premiação é uma iniciativa da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal e tem como objetivo valorizar os pesquisadores e homenagear destaques em pesquisas científicas, tecnológicas e de inovação, que beneficiaram direta ou indiretamente a população.
Na avaliação, foi levada em consideração a atuação das professoras no desenho teórico, metodológico e didático do projeto (Re)Integro, da Secretaria Nacional de Políticas Penais, vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, que passou a integrar as ações prioritárias do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci).
O projeto, que contou com a participação das docentes em seu desenho teórico, modelo de governança e material pedagógico, trata-se de uma política de participação social na execução penal. “O (Re)Integro consistiu em articular escolas públicas do Distrito Federal com escolas que atuam com jovens que cumprem medidas socioeducativas e escolas dentro do sistema prisional do DF. Nosso desafio foi levar os temas do encarceramento em massa, a situação da juventude e a violência no Brasil para que os próprios jovens pudessem discutir”, explica Haydée.
A pesquisadora cursou o mestrado e o doutorado em Antropologia na UFF e explica que toda sua trajetória acadêmica foi marcada pela inserção no mundo das políticas públicas, especialmente na área de segurança pública. “Ao longo de mais de 20 anos de trajetória profissional, venho me dedicando a fazer pesquisa e desenhar políticas públicas no campo da juventude, da prevenção à violência e da reforma das polícias. A UFF tem um importante papel nesse processo. Desde que me doutorei, nunca me desvinculei da universidade, realizo pesquisas no Ineac sobre a relação entre juventude e polícia e agora, mais precisamente, faço um estudo comparado entre o Brasil e outros países lusófonos”, afirma.
Já Juliana, que foi a responsável pelo desenho didático-pedagógico de todo o material pedagógico utilizado nas 20 escolas do Distrito Federal no projeto (Re)Integro, explica que a UFF apoiou sua atuação como pesquisadora. “Como membros do Ineac, estamos articuladas numa rede de pesquisadores em segurança pública em cooperação nacional e internacional. A UFF, universidade responsável pela coordenação do INCT-Ineac, constitui-se como uma instituição com excelência em produção científica, que apoia nossas trajetórias no fomento de projetos de pesquisa e oferecimento de bolsas de pós-doutorado”, ressalta.
“O prêmio impacta positivamente nas nossas carreiras, seja por constituir-se como um instrumento de valorização profissional das pesquisadoras, seja por ser um dos critérios de avaliação dos Programas de Pós-Graduação pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). É o reconhecimento de nossas trajetórias acadêmicas e profissionais. Estamos muito felizes!”, comemora.