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Homenageada pela Flip, Ana Cristina César é tema de livro da Eduff

A Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) de 2016, que ocorrerá de 29 de junho a 3 de julho, escolheu como homenageada a poetisa carioca Ana Cristina César, ou Ana C., como costumava assinar suas obras e cartas. Ela é a segunda mulher escolhida desde a criação do festival, que até hoje só contou com Clarice Lispector como homenageada em 2005.

Grande fã da autora de “A hora da estrela”, Ana será tema de duas mesas, uma delas contará com Benjamin Moser, biógrafo de Lispector no exterior. Nesta Heloisa Buarque de Hollanda, grande amiga da autora, estará presente e trará pareceres da sua relação com a poetisa e sua obra. O reconhecimento que a Flip dará a de Ana C. traz certa revolução para o cenário literário brasileiro.

Em uma entrevista ao Segundo Caderno do Jornal O Globo, Heloisa garantiu que a escritora era “feminista, sempre muito preocupada com a questão do gênero na literatura”. A academia literária brasileira, tomada por nomes masculinos e de idade avançada, precisará de flexibilidade para aceitar o que grandes nomes do seu público de leitores já aceitaram há décadas: a obra de Ana C. é única, intimista, especial e grandiosa.

studar e inserir as obras de mulheres escritoras no mundo da literatura, com o reconhecimento que se é dado a grandes artistas, foi e é uma luta que atravessa gerações. Nomes como a própria Clarice, Virginia Woolf, Jane Austen entre outros foram conhecidos por desafiarem o cânone literário da época dominado por ideais machistas e tradicionais. As obras de escritoras como Ana C. e Sylvia Plath, bastante subjetivas, estavam dentro desse grupo de autoras femininas que defendiam a maior inserção das mulheres no mundo literário.

Com essa ideia em mente, Anélia Pietrani se dedicou a estudar as duas últimas em sua obra “Experiência do limite”, levando em consideração que Ana C. e Plath tinham em comum a exposição do íntimo em seus trabalhos, muitos construídos em estados de espírito conflituosos que as levaram ao suicídio.

Em sua obra, Pietrani explora as possibilidades de limites entre o eu lírico e o real, estratégias de escrever a vida e a relação entre a maneira de escrita com a morte.

O livro traz um ensaio de Pietrani mesclado a cartas, passagens e anotações das duas escritoras. Confira o início em: https://issuu.com/eduff_editora/docs/experi__ncia_do_limite_preview/1?e=0.

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