A pesquisa intitulada “Violência Política na Região Metropolitana do Rio de Janeiro e na Baía da Ilha Grande”, coordenada pelo professor André Rodrigues, diretor do Instituto de Educação de Angra dos Reis (IEAR/UFF) e coordenador do Laboratório de Estudos sobre Política e Violência (LEPOV/UFF), com a parceria do Observatório de Favelas e do Laboratório de Análises da Violência (LAV/UERJ), monitorou casos da região metropolitana do Rio de Janeiro e do litoral sul fluminense, a partir do levantamento de notícias jornalísticas.
Ao todo, foram registrados 189 casos de violência política no período analisado, dentre violências contra a vida, agressões, ameaças, ataques a espaços e símbolos políticos, ataques a manifestações políticas e violências políticas com motivação de ódio. O racismo e as discriminações de gênero e sexualidade foram as formas mais frequentes de modalidades de violência com motivação de ódio registradas pela pesquisa.
Segundo o estudo, as execuções políticas e os atentados contra a vida com motivações políticas seguem sendo registrados em nível elevado, sobretudo à medida que as eleições se aproximam. Apenas nos seis primeiros meses de 2024, foram 6 execuções e 6 atentados contra a vida. A Baixada Fluminense é onde há maior concentração de casos do tipo – entre 2022 e junho de 2024 foram registradas 12 execuções e 13 atentados contra vida; desde 2015, já são 60 assassinatos políticos ocorridos na região. Mas a capital também apresenta alta incidência: foram 10 execuções e 10 atentados contra a vida desde 2022, a maior parte na Zona Oeste. A pesquisa mostra que a violência política está relacionada com a conversão do poder armado em capital político e com a grande influência de grupos armados, principalmente as milícias, nas disputas políticas nas regiões estudadas.
O estudo foi lançado em e-book no mês passado e está disponível aqui.
Título: Violência Política na Região Metropolitana do Rio de Janeiro e na Baía da Ilha Grande.
Autores: André Rodrigues, João Trajano Sento-Sé, Leandro Marinho, Daniel Octaviano e Kharine Gil.
Financiadores: Fundação Heinrich Böll e Medico Internacional.
Editora: Observatório de Favelas.
isbn 978-65-87016-27-6 (Ebook)