Um autor que nunca se repete. Essa poderia ser a síntese narrativa de Sérgio Sant’Anna, escritor carioca que ganhou destaque a partir de 1970. Ao explorar as múltiplas possibilidades oferecidas pela literatura, seus textos são experimentos de linguagem, gênero e forma. Esse é o tema do livro “Sérgio Sant’Anna: um autor em cena”, organizado por Ângela Dias e Regina Dalcastagnè e lançado pela Eduff.
Na coletânea, nove artigos analisam diferentes aspectos da narrativa do escritor, que vão desde seu estilo performático à alteridade presente nas obras. De acordo com Ângela Dias, trata-se de uma “literatura que, apesar de tagarela e cínica nas artes da sedução, é suficientemente teatral e engenhosa, para evitar armadilhas da improvisação”.
Sobre a arte de escrever, o próprio homenageado declara, no décimo e último artigo da coletânea, que “talvez seja, em grande parte dos casos, muito mais o exercício de uma vontade, às vezes férrea, do que a realização de uma vocação irreprimível”. Nesse sentido, a escrita não é talento ou inspiração, mas sim produto do esforço, do erro e do acerto.
Sobre as organizadoras
Ângela Maria Dias é professora titular de literatura brasileira e literatura comparada da Universidade Federal Fluminense e pesquisadora do CNPq. Coordena o Grupo de Pesquisa Literatura Brasileira e Cultura Contemporânea. É autora, entre outros, do livro A forma da emoção: Nelson Rodrigues e o melodrama (7Letras, 2013).
Regina Dalcastagnè é professora titular de literatura brasileira da Universidade de Brasília e pesquisadora do CNPq. Coordena o Grupo de Pesquisa Literatura Brasileira e Cultura Contemporânea e edita a revista Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea. É autora, entre outros, de Representación y resistencia en la literatura brasileña contemporanea (Editorial Biblos, 2015).