Fruto do trabalho dos pesquisadores da UFF Ricardo Borges e Mônica da Hora, o livro “Vulnerabilidade social na área do Comperj” é um dos mais recentes lançamentos da Editora da UFF (Eduff). A obra aborda ocupação da terra e o uso da água na Bacia Leste Fluminense, local de influência do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Com o aumento da população naquela área, há previsão de falta de água nas próximas décadas, caso nada seja feito.
Na obra, os autores focalizam a área de influência direta do Comperj, a Bacia Leste Fluminense, especialmente o povoado São José da Boa Morte, em Cachoeiras de Macacu, Rio de Janeiro. Trata-se de uma unidade de produção agrícola, com cerca de 400 famílias e aproximadamente quatro mil hectares de área produtiva, em especial no cultivo de aipim, jiló, milho, feijão e goiaba.
No mesmo território, estão os municípios que detêm uma população em torno de 2,5 milhões de habitantes: Niterói, São Gonçalo, Ilha de Paquetá, Itaboraí, Maricá, Guapimirim e Cachoeiras de Macacu, além de uma região na qual se localizam matas preservadas de unidades de conservação do Mosaico Central Fluminense de Mata Atlântica e da Bacia do Rio Guapi-Macacu, principal responsável pela adução de água ao Sistema Imunana-Laranjal.
De acordo com estudos preliminares da Associação Nacional de Biossegurança e da UFF, atualmente são captados pelo sistema 5,5 metros cúbicos de água e levados para a Estação de Tratamento de Laranjal, no município de São Gonçalo, sendo de sete metros cúbicos o máximo de água que existe na região. O estudo conclui que até 2035 – prazo final previsto pelo Plano Diretor da Cedae – e por conta do Comperj, a população naquela área deverá dobrar, potencializada pela implantação do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro, em construção no município de Itaboraí. Em decorrência dessa demanda crescente, a previsão é um déficit de cinco mil litros por segundo de água.