Clássico da Antropologia Social, a obra “Gente das Areias: História, meio ambiente e sociedade no litoral brasileiro” ganha uma segunda edição, revista e ampliada, pela Eduff. Nesta obra, os antropólogos Marco Mello e Arno Vogel se unem para destrinchar os efeitos de uma grande matança de peixes em um vilarejo de pescadores na cidade de Maricá, no Rio de Janeiro.
Na “luta do tostão contra o milhão”, como chamam os moradores, o drama social é contado a partir de um olhar sensível, que destrincha o que era, efetivamente, a vida “nas aldeias”. Assim, colocam em evidência o que nos passa despercebido durante o cotidiano, colocando o leitor como observador das diferentes paisagens que compõem a realidade dessas pessoas.
Alinhando dados estatísticos a experiências empíricas, os pesquisadores concluem sua análise respondendo à seguinte questão: qual o papel do etnógrafo, quando a cultura e a economia das comunidades pesqueiras entram em conflito com os interesses do “progresso” e da especulação imobiliária?
O texto que acompanha a orelha do livro é de Leopoldo José Bartolomé, professor emérito da Universidad Nacional de Misiones, na Argentina.