Consideradas por muitos uma doença corriqueira, a hipertensão afeta um a cada quatro brasileiros, de acordo com dados do Ministério da Saúde. No livro “Diferentes olhares sobre a hipertensão arterial” (Eduff, 2016), a médica e professora Lenita Claro aborda a doença por vários prismas, além do biomédico, em especial pelo olhar das ciências sociais aplicadas à saúde.
Para a autora, a experiência individual pode ser fundamental para compreender a enfermidade e seus desdobramentos. Ainda desconhecida, a cura da doença é substituída por estratégias de controle. Isso faz com que a taxa de mortalidade da hipertensão seja uma das mais elevadas, já que seguir as orientações médicas torna-se uma escolha.
Isso porque, de acordo com Lenita Claro, “os doentes, em geral, comportam-se como agentes reflexivos, que interpretam ativamente as recomendações, decidindo segui-las, ou não, totalmente ou em parte, segundo seus conhecimentos, suas crenças e experiências prévias e as situações de suas vidas diárias”.
No livro, além de estudo teórico e de revisão da literatura que contempla o tema, a autora inclui os resultados de uma pesquisa com portadores da doença, realizada em uma comunidade do município de Niterói, no estado do Rio de Janeiro. A experiência individual dos portadores de hipertensão serviu como base para uma compreensão dos modos compartilhados por meio dos quais aquele grupo social identificava esse problema de saúde, lhe atribuía significados e atuava em relação a ele.
Esse e outros títulos da Eduff estão disponíveis gratuitamente para download, no site www.eduff.uff.br.