Publicado em 1997, Des-territorialização e identidade: a rede ‘gaúcha’ no Nordeste, de Rogério Haesbaert, enfrentou o desafio de desvelar, sistematicamente, realidades emergentes, num período histórico particularmente confuso. Diante do processo da globalização e dos efeitos complexos das grandes migrações modernizadoras, como se definem as categorias entrelaçadas de identidade, territorialização e des-territorialização?
No prefácio da obra, Milton Santos destaca que o livro descreve a saga de duas regiões que se encontram: “Trata-se de uma metáfora em busca de conceitos, tarefa a que o autor se dedicou com aplicação e talento. Durante séculos essa região baiana do Além-São Francisco foi acumulando lentamente modos de vida nos quais a presença localizada e discreta da modernidade não ameaçava a maioria das práticas tradicionais e até reforçava as hierarquias herdadas. Situada no coração do país, funcionava quase como uma ilha. De repente, ventos fortes vindos do Sul, mas impulsionados por correntes irresistíveis, nacionais e internacionais, espalharam no território outros homens e mulheres, outras roupas e falas, outros modos de ser e de fazer, outras técnicas e outros capitais, novas formas de produzir e de comunicar. Produz-se, desse modo, uma nova territorialidade, marcada pelo conflito de atributos históricos – entre os que chegavam e os que já estavam – e o conflito entre duas formas de operar, sentir e viver a mesma fração de espaço.”
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