Informe

Aprovada proposta para a criação do Núcleo de Estudos e Práticas Integrativas e Complementares

Redação ISC

“Cuidado Integrativo em Saúde”: nova disciplina do curso de medicina

A criação do Núcleo de Estudos e Práticas Integrativas e Complementares (NEPIC) foi aprovada pelo Departamento de Saúde e Sociedade Coletiva junto ao Colegiado do Instituto de Saúde Coletiva (ISC), no segundo semestre de 2015. A proposta, apresentada pela professora Vanessa Rangel, é uma iniciativa de Integração de Projetos de Ensino, Pesquisa e Extensão relacionados às Práticas Integrativas e Complementares em Saúde. O objetivo principal é introduzir o estudante no campo da medicina integrativa e do cuidado integrativo, melhorando sua capacitação para o atendimento a pacientes e familiares.

O NEPIC agrega o curso de medicina chinesa e acupuntura como campo de prática, está sob a coordenação da professora Marilene Nascimento e está em funcionamento no 9º andar da Policlínica de Especialidades Dr. Sylvio Picanço, localizada na Avenida Amaral Peixoto, nº 169, Centro de Niterói – RJ. O espaço do novo núcleo conta uma secretaria, uma sala de reunião, uma biblioteca com mais de 200 volumes e nove salas de atendimento para cerca de 80 pacientes por semana do SUS, que tem uma demanda de 300 pessoas na fila de espera.

De acordo com Vanessa Rangel, autora do texto da proposta, a ideia da criação do Núcleo de Estudos e Práticas Integrativas e Complementares já era um assunto falado por diferentes professores do Departamento de Saúde e Sociedade do Instituto de Saúde Coletiva. Como parte do projeto, foi criada a disciplina “Cuidado Integrativo em Saúde” (CIS), optativa no curso de medicina e eletiva para outros cursos.

A nova disciplina, que está a cargo da professora Anna Alice Amorim Mendes, terá início no mês de abril deste ano (2016), com carga horária total de 40 horas, organizados em 20 encontros de duas horas cada. São 40 vagas por turma. As aulas serão realizadas às sextas-feiras, das 12h30 às 14h30, na sala Ladyr Ribeiro, no 3º andar do prédio anexo do Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP), Rua Marquês do Paraná, 303, Centro, Niterói.

Um dos fatores que motivou a criação da CIS foi “a necessidade de melhorar a qualidade do cuidado oferecido aos pacientes, incorporando à prática médica variados tipos de cuidado como meditação, toque terapêutico, práticas energéticas, de relaxamento, respiração e outras – que têm em comum a proposta de estimular a tomada de consciência do indivíduo sobre seus próprios recursos e ajudá-lo a desenvolver a capacidade de utilizar esses recursos internos, não apenas para lidar com as doenças mas para preservar a saúde”, explica a professora Anna Mendes.

Entenda o contexto e a proposta

A abrangência proporcionada pela reforma curricular no curso de medicina da UFF, ocorrida há décadas, possibilitou um foco maior no paciente através da Especialização em Medicina Tradicional Chinesa/ Acupuntura. Contudo, ainda há uma lacuna entre o que se aprende e o que se pratica. A medicina alternativa, baseada no curso de medicina chinesa e acupuntura, é um exemplo do conhecimento integrativo pouco explorado pelos profissionais da saúde, que muito atuam no setor nobre da medicina, fazendo menos evidente as técnicas nada evasivas, porém muito benéficas proporcionadas pela técnica milenar chinesa.

A medicina tradicional chinesa e a acupuntura não se constituem como um novo ramo da medicina. Pelo contrário, elas são tidas como técnicas alternativas e complementares da medicina hegemônica. Ou seja, sua finalidade é a de potencializar a melhora do quadro clínico através dos mecanismos corporais. Uma maneira bastante prática encontrada pelas instituições acadêmicas para trazer à tona os fundamentos trabalhados em sala e muito presentes nos cursos de especialização em Medicina Tradicional Chinesa/ Acupuntura, porém pouco aplicados nas clínicas durante certo tempo, foi levar para aos centros médicos a medicina integrativa. Assim, é dado mais acesso aos pacientes para uma medicina benéfica, por proporcionar baixos efeitos colaterais e altos níveis de melhora.

A relação entre médico e paciente se dá pelo aspecto físico, psicológico e espiritual, fazendo com que cada caso não seja mais pensado apenas com base em diagnósticos para tratar uma patologia. O indivíduo é tratado em sua completude, envolvendo o espírito e a mente, sendo influenciado corporalmente. Tais transformações no estudar e praticar a medicina apenas proporcionam mais alternativas de cura, com baixos efeitos colaterais, dando ao paciente maior qualidade de vida. Contudo, apenas em 2006 foram introduzidos no Brasil, a partir da Política de Prática Integrativas e Complementares do Ministério da Saúde de 2006, tantos benefícios envolvidos na medicina integrativa e complementar, com integração no curso de medicina chinesa e acupuntura como campo da prática.

Ao trazer o princípio básico da medicina voltada para o paciente e não para o médico, recupera-se o ponto que mais importa para a ciência médica, que é o paciente e não a doença que o acomete. Desta forma, é possível fazer o uso de todas as abordagens terapêuticas que possam proporcionar tudo o que é necessário para a vida do paciente.

Conheça algumas características da disciplina

Ementa:
Conceitos básicos sobre: teoria mente-corpo, biocampo, psiconeuroimunoendocrinologia. Introdução à prática de: meditação (algumas modalidades), relaxamento, yoga, toque terapêutico, “grounding”, visualização dirigida, terapia expressiva, entre outras.

Objetivos específicos:
. Despertar no estudante a motivação para o cuidado de si, fundamental para todo profissional que pretende participar do cuidado do outro;
. Apresentar algumas técnicas e saberes do campo da medicina integrativa e do cuidado integrativo, incluindo suas indicações, evidências de eficiência e segurança, de forma a tornar o estudante capaz de apresentar, indicar e discutir essas técnicas;
. Oferecer ao estudante a oportunidade de experimentar algumas técnicas terapêuticas em si mesmo e entre colegas, para que possa testemunhar seus possíveis benefícios.

Metodologia:
– Seminários para aprofundamento teórico sobre algumas técnicas e saberes do campo da medicina integrativa;
– Práticas vivenciais em algumas técnicas.

Programa:
. Apresentação do campo da medicina integrativa e do cuidado integrativo – conceitos, desenvolvimento e propostas atuais, nos Estados Unidos e no Brasil;
. Conceitos básicos da teoria mente-corpo; biocampo; psiconeuroendocrinologia;
. Meditação – apresentação de conceitos básicos e diferentes escolas;
. Meditação – prática vivencia 1: observando os pensamentos;
. Meditação – prática vivencial 2: observando as emoções;
. Meditação – prática vivencial 3: observando as sensações;
. Yoga – apresentação de conceitos básicos e diferentes abordagens;
. Yoga – prática vivencial;
. Toque terapêutico – apresentação de conceitos básicos;
. Toque terapêutico – prática vivencial;
. “Grounding” – apresentação de conceitos básicos;
. “Grounding” – prática vivencial;
. Visualização dirigida – apresentação de conceitos básicos;
. Visualização dirigida – prática vivencial;
. Terapia expressiva – apresentação de conceitos básicos;
. Terapia expressiva – prática vivencial;
. Reiki, Massagem Espiritual, drenagem energética – apresentação;
. Reiki, Massagem Espiritual, drenagem energética – prática vivencial;
. Avaliação final da disciplina.

Para mais informações, entrar em contato com a professora Anna Alice Amorim Mendes pelo e-mail  annamendes1954@hotmail.com ou pelo telefone (21) 99853-4507.

Dados do informe

11/02/2016


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