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Lançamento do livro “Onde o Sonho pode morar: receitas de cidades e infâncias em ocupação”

Lançamento do livro “Onde o Sonho pode morar: receitas de cidades e infâncias em ocupação”

No dia 07 de dezembro, às 10h, na Biblioteca Municipal Raul de Leoni, em Volta Redonda, ocorrerá o lançamento oficial do livro “ONDE O SONHO PODE MORAR: receitas de cidades e infâncias em ocupação”(Ed. PATUÁ) com a presença das crianças da Ocupação Urbana Dom Waldyr Calheiros, que assinam como co-autoras.

O direito à cidade pensado com os territórios e as infâncias é a proposta do livro ONDE O SONHO PODE MORAR: receitas de cidades e infâncias em ocupação”, que acaba de ter seu pré-lançamento na FLIP pela editora Patuá, com texto da pesquisadora, professora e escritora Ana Cabral, e construído em co-autoria com as crianças da Ocupação Dom Waldyr Calheiros, e com o Grupo de Pesquisa em Desutilidades Urbanas, da Universidade Federal Fluminense.

O livro é fruto de um projeto de pesquisa e extensão coordenado pela professora Ana Cabral desenvolvido há mais de 4 anos na UFF-VR. E conta ainda com dois prefácios: um da educadora social Bel Mayer a partir da relação entre território e literatura e outro do professor e filósofo, de formação griot, Renato Noguera, que dialoga com o livro a partir do conceito de infancialização, que é fundamental em todo o processo de trabalho de pesquisa e formação proposto.

Trata-se de um livro que evidencia que o direito à cidade não se restringe ao acesso a bens e serviços, ele é também construído e sustentado pela exercício coletivo e diário de transver a realidade urbana, de reflorestar imaginários (como diz Ailton Krenak), e de sonhar cidades e modos de vida que não sejam a repetição das violências cotidianas e negação de direitos, sobretudo, às populações negras, indígenas, migrantes e periféricas. Para tal exercício, compreende-se que as infâncias precisam ser tomadas desde o lugar de sujeitos políticos e, as crianças, reconhecidas como fazedoras de cultura – mestras e mestres de seus próprios territórios pelos laços ancestrais que sustentam.

O livro é dividido em dois estilos narrativos que se alternam por entre imagens de fragmentos de histórias e colagens que falam de sonhos sonhados e compartilhados. Ao percorrermos o livro, nos deparamos com receitas que criam caminhos inventivos diante das perguntas: como se constrói uma rua, uma casa, uma vizinhança, uma ocupação, uma cidade e, por fim, como se constrói um livro? A cada receita, novos elementos e fragmentos do próprio território criam o chão e a paisagem para as cenas bem humoradas que narram o encontro entre uma menina e uma capivara filhote que, junto a outras crianças, constroem planos secretos e fabulam uma cidade mais brincante.

A ideia do livro veio junto com uma demanda do coletivo de mães-líderes da ocupação por se construir uma biblioteca popular; porém, como o salão da Ocupação estava em obras, a proposta do grupo de pesquisa e extensão foi a de criar um livro que fosse de autoria das próprias crianças, e que fosse, então, o primeiro livro a ocupar as prateleiras de uma futura biblioteca.

O projeto contou com bolsa de iniciação científica CNPq-PIBIC e bolsa de extensão PROEX-UFF.

Sobre a coordenadora do projeto e autora:
Ana Cabral é psicóloga e professora da UFF, doutora em pesquisa e planejamento urbano pela UFRJ, e atualmente é pesquisadora em pós-doutorado no Programa de Planejamento Urbano da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PROPUR-UFRGS), junto ao Margem_Lab: Laboratório de Narrativas Urbanas. É coordenadora do Grupo de Pesquisa em Desutilidades Urbanas e do Laboratório das Artes. É também autora do livro “De uma janela à outra”, lançado pela Eduff (2022), livro atualmente esgotado que aborda a experiência e arte fabulatória de uma criança em isolamento social durante a Pandemia de Covid.

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