Evento
Em “Tambor dos Pretos: processos sociais e diferenciação étnica no rio Jaú, Amazonas” (Eduff, 2017), o antropólogo João Siqueira traz uma reflexão sobre a formação de unidades sociopolíticas identificadas como quilombo do Tambor e sobre a formação da Associação Quilombola de São Raimundo do Pirativa, no Amapá.
A obra chama atenção para as paisagens de territórios desocupados da fronteira amazônica pelos ribeirinhos dos rios Jaú e Paunini, afetados pela criação do Parque Nacional do Jaú (1980). Nessa perspectiva, o Siqueira demonstra que a expansão contínua pelo movimento de interiorização, ao invés de resultar em uma homogeneização social crecente, abriu espaço para variadas noções de “sujeitos históricos”, que eram considerados antes “marginais”.
Em sua pesquisa, João Siqueira busca focalizar como os processos sociais resultaram na incorporação de especifidades socioculturais pelos moradores do Tambor, além da criação de esteriótipos.
Para o autor, a naturalização das ideias de “isolado social” e/ou “cultural” exclui, sob descrições etnográficas, processos históricos e sociais diversos que resultam na construção do que ele chama “isolamento consciente”, baseado na memória histórica e genealógica destes grupos.
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