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IACS, Cine Arte UFF e graduação em Cinema da UFF celebram 50 anos com um tributo a Nelson Pereira dos Santos

IACS, Cine Arte UFF e graduação em Cinema da UFF celebram 50 anos com um tributo a Nelson Pereira dos Santos

50 Anos: Cine Arte UFF, Instituto de Arte e Comunicação Social e curso de Cinema da UFF
Mostras, sessões de filmes restaurados, pré-estreias e vários eventos especiais.
De 5 a 30 de setembro de 2018, em diversos horários
Locais:
Centro de Artes UFF – Rua Miguel de Frias, 9, Icaraí, Niterói – RJ
Instituto de Arte e Comunicação Social (IACS) – Rua Lara Vilela, 126, São Domingos, Niterói-RJ
As comemorações do cinquentenário começam no dia 5 de setembro, quarta-feira, às 18 horas, no Cine Arte UFF, com uma cerimônia na qual serão homenageados artistas, cineastas, ex-alunos e professores que marcaram essas cinco décadas, a começar pelo próprio Nelson. Nesta data, a sala de cinema, localizada no prédio da Reitoria, passará a se chamar Cine Arte UFF Nelson Pereira dos Santos.
O aniversário de 50 anos terá na programação quase 20 eventos até o dia 30 de setembro. Estão previstas no Instituto, entre outras atividades, a Semana de Diversidade do IACS e uma homenagem a funcionários, estudantes e professores; além de música, dança e poesia ao vivo. Na programação do Centro de Artes, mostras cinematográficas, uma exposição de cartazes históricos; uma sessão do UFF Debate Brasil discutindo cinema brasileiro hoje; o lançamento do filme “A Música do Tempo – do Sonho do Império ao Império do Sonho”, e a exibição de Metrópolis (filme mudo de 1927) projetado na fachada da Reitoria com acompanhamento da Orquestra Sinfônica Nacional UFF. Tudo com preços populares ou entrada gratuita. É o presente da UFF para sua comunidade e o público, marcando o cinquentenário desses espaços de resistência, criatividade e valorização da arte e da cultura, nas suas mais diferentes manifestações.
A programação completa pode ser acessada pelos sites http://www.centrodeartes.uff.br e http://iacs.sites.uff.br.
Histórico
No ano de 1968, o então reitor da Universidade Federal Fluminense, Manoel Barreto Netto, promoveu uma grande reestruturação, criando diversas unidades de ensino, o que contribuiu de forma decisiva para tornar a UFF a universidade que é hoje. Ali, o cineasta e professor Nelson Pereira dos Santos, recém-chegado da Universidade de Brasília, encontrou suporte para suas ideias de criação de uma escola de cinema nos moldes daquela da capital federal. Em maio do mesmo ano, Nelson foi designado responsável pelo setor de arte cinematográfica da UFF e, junto com outros professores, recebeu a tarefa de estudar as diretrizes para o funcionamento do Instituto de Arte e Comunicação Social (IACS). Fundado em 15 de março de 1968, o IACS imediatamente incorporou o curso de Biblioteconomia e Documentação, já existente.
Graças à disponibilização de uma sala de exibição do antigo Cassino Icaraí, pertencente à universidade, um grupo de cineastas, críticos e amantes do cinema criou o Cine Arte UFF. Além do próprio Nelson Pereira dos Santos, Fabiano Canosa, Luiz Alberto Sanz, Roberto Duarte, Cosme Alves Neto e o então reitor Manoel Barretto Netto formaram esse grupo pioneiro e visionário. No momento da fundação do Cine Arte UFF, em 12 de setembro de 1968, Nelson anunciava, em seu discurso, o embrião da nova graduação da universidade. O curso fundado em 25 de setembro de 1968 e então denominado Comunicação Social, começou com a habilitação em Cinema e, em seguida, ganhou as habilitações em Jornalismo e Publicidade. Hoje, localizado no bairro de São Domingos, o IACS é uma das maiores unidades da UFF, contando com cinco departamentos, nove cursos de graduação e sete de pós-graduação, além de muitas histórias para contar.
O pontapé inicial para a criação do novo curso se dá com a inauguração do Cine Arte UFF, cuja sessão de abertura foi a estreia brasileira de “Samson”, do cineasta polonês Andrzej Wajda. Assim, iniciam-se também suas atividades de extensão. Seminários, ciclos de debate, mostras e aulas abertas à comunidade externa, sobre estética, história de linguagem cinematográfica, entre outros, surgiram com o objetivo de oferecer ao público opções diferentes das exibidas comercialmente. Interrompida em função do acirramento da ditadura militar, essa linha de programação foi retomada em 1982, quando o professor João Luiz Vieira e alunos do curso de Cinema da UFF tomaram a frente do espaço. Pouco depois, o Cine Arte UFF se tornou parte do Departamento de Difusão Cultural (DDC), o complexo cultural que viria a ser o Centro de Artes UFF, com galeria e teatro. O cinema, localizado em frente à Praia de Icaraí, no prédio da Reitoria, em Niterói, continua privilegiando filmes com pouca visibilidade no circuito comercial e cuja temática estimule a reflexão e o pensamento crítico, por meio de sessões regulares, mostras temáticas, festivais, cine-debates e cineclubes, bem como parcerias interinstitucionais.
Sobre Nelson Pereira dos Santos
Nelson Pereira dos Santos, nascido em São Paulo em 22 de outubro de 1928 e falecido no Rio de Janeiro em 21 de abril de 2018, foi diretor de cinema, produtor, roteirista, montador, ator, professor e bacharel em Direito. Iniciou sua carreira na imprensa, em 1946, como redator e revisor, e no teatro, em 1947, integrando o grupo Os Artistas Amadores, do qual faziam parte atores como Paulo Autran (1922-2007). Realizou seu primeiro média-metragem, Juventude, em 1950, um documentário de 45 minutos sobre os jovens trabalhadores da cidade de São Paulo. Depois de exercer a função de assistente de direção em algumas produções, lança o inesquecível Rio, 40 Graus, seu primeiro longa-metragem, de 1955, com trilha de Zé Keti. Inédito em termos de conteúdo e forma de produção, Rio, 40 Graus transforma os representantes das camadas populares do Rio de Janeiro em protagonistas da narrativa, o que faz do filme um marco do cinema brasileiro moderno. Entre outras obras, é diretor de Vidas Secas (1963) e Memórias do Cárcere (1984), duas importantes adaptações de títulos do escritor Graciliano Ramos para o cinema. Seus últimos longas, A Música Segundo Tom Jobim (2012) e A Luz do Tom (2013), foram documentários dedicados ao grande compositor da MPB Antonio Carlos Jobim. Alguns dos sucessos de Nelson não ficam de fora do Cine Arte, e serão exibidos entre 7 e 11 de setembro.

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