Evento
No próximo dia 03 de julho, o Ginga-UFF, em parceria com o Instituto de Ciências Humanas e Filosofia da Universidade Federal Fluminense, promove um ato de saudação ao dia do bicentenário da “Independência da Bahia”, no Jardim do estacionamento do Bloco P do Gragoatá.
O Dois de Julho, também conhecido como “Independência da Bahia”, chega ao bicentenário com homenagens ao povo baiano no processo de Independência do Brasil (1823). Esse processo tem nos caboclos e caboclas a representação dos “donos da terra”, que foram fundamentais na luta contra as tropas portuguesas junto aos mestiços e negros, libertos e escravizados.
No Nordeste é muito presente o Culto ao Caboclo, que representa uma religiosidade específica, o culto aos “povos da floresta”, que sofreu com as discriminações do passado, por conta da demonização às práticas rituais. Durante muito tempo “ser de Caboclo” expressava o vínculo com o culto como uma expressão pejorativa.
Foi no início do século XIX que o culto foi incorporado à cosmologia de muitos terreiros, num entendimento de que era uma ancestralidade – “os donos da terra” – que merecia ser respeitada. Assim, apesar das discriminações o Culto ao Caboclo segue vivo, seja incorporado aos terreiros ou no culto à Jurema, muito presente nas regiões Norte e Nordeste.
No evento da próxima segunda-feira, os participantes farão uma saudação ao Bicentenário, por meio do plantio de uma muda da Jurema Branca. A Jurema é uma árvore sagrada que compõe o panteão de nossa flora nativa e é o símbolo de luta dos povos tradicionais, indígenas e negro, em defesa da liberdade.
Este ato representa a primeira ação na construção de um Jardim com plantas e ervas sagradas no ICHF.