Evento
O que aconteceria se você encontrasse casualmente aquela professora da sua infância que lhe ensinou a ler e a escrever? Quais memórias viriam à tona? O que diriam um ao outro? Este é o ponto de partida do espetáculo “A Sala Branca”, do autor catalão Josep Maria Miró. Com direção de Gustavo Wabner, a peça estreia em 19 de setembro na Sala Multiuso do Sesc Copacabana. Inédita no Brasil, a obra foi traduzida por Daniel Dias da Silva, que também integra o elenco ao lado de Angela Rebello, Isabel Cavalcanti e Sávio Moll.
Autor de outras peças montadas no Brasil, como “O Princípio de Arquimedes” e “Nerium Park” (ambas também com tradução de Daniel Dias da Silva), o premiado Josep Maria Miró apresenta em “A Sala Branca”, uma obra intimista que combina drama, humor, ternura e reflexão. Construída a partir de uma narrativa fragmentada – na qual vozes, tempos e locais se misturam – o espetáculo conduz o público a uma viagem nostálgica, revisitando as paisagens íntimas e emocionais da infância.
Em cena, Carlos (Sávio Moll), Laia (Isabel Cavalcanti) e Manuel (Daniel Dias da Silva) reencontram Senhorita Mercedes (Angela Rebello), a professora que os ensinou a ler e escrever quando pequenos. Eles não se veem há 40 anos e agora são adultos, com vidas que seguiram por caminhos diferentes. A reunião aparentemente casual com a Senhorita Mercedes será perturbadora para cada um deles, fazendo surgir questionamentos profundos e também velhas feridas.
Idealizador da montagem, o ator Daniel Dias da Silva tem uma relação antiga com a obra de Josep Maria Miró, sendo a “A Sala Branca” o quinto texto que ele traduz para o português. “É interessante essa familiaridade com a obra do autor, você acaba reconhecendo seu estilo, suas referências, suas ideias. Sempre me impressiono com o domínio que ele tem de sua dramaturgia, com a forma como constrói os diálogos, permeados por silêncios e vazios que, muitas vezes, dizem mais que as palavras, compondo um quebra-cabeças que tira o espectador ou leitor de uma posição passiva”, diz.
Com relação ao enredo de “A Sala Branca”, Daniel avalia um olhar do autor sobre o passado como forma de entender o presente. “Acho que, nesta peça, Miró propõe uma viagem mais nostálgica, pessoal e intimista à infância, um período frequentemente visto de forma romantizada, mas que também pode ser cruel, esconder dores e mágoas. É uma fase determinante na construção do ser humano e ele busca compreender como nos tornamos quem somos hoje e, ao mesmo tempo, faz uma reverência aos mestres que nos formaram e nos guiaram no início dessa jornada”, completa.
O diretor Gustavo Wabner conta que a infância dos três personagens é revisitada de uma forma contundente e sem romantismos. “Cada um deles possui uma trajetória e características próprias, com fluxos e embocaduras diferentes. O autor nos desafia com personagens complexos em suas trajetórias e composições”, adianta. Sobre a dramaturgia, Wabner a considera especial por vários motivos. Primeiro pela premissa e pela temática, mas também pela sua estrutura e carpintaria. “É um texto muito inteligente, cheio de sutilezas e nuances, que convida o espectador a montar, ou melhor, a desenredar a trama que se apresenta. A estrutura não linear torna a história mais dinâmica, potencializa os fatos e mantém a plateia atenta”, acredita.
Sinopse:
Carlos, Laia e Manuel reencontram Dona Mercedes, a professora que os alfabetizou na infância. Agora adultos, suas vidas tomaram rumos diversos. Esse encontro inesperado com a antiga mestra os levará a confrontar suas próprias escolhas e antigas feridas, revelando como o passado continua a influenciar suas vidas.
Ficha técnica
Texto: Josep Maria Miró
Direção: Gustavo Wabner
Elenco: Angela Rebello, Isabel Cavalcanti, Sávio Moll e Daniel Dias da Silva
Cenografia: Sergio Marimba
Figurinos: Victor Guedes
Iluminação: Vilmar Olos
Visagismo: Fernando Ocazione
Fotos e Programação visual: Vitor Hugo Ceccato
Fotos de Cena: Wesley Sabino
Trilha sonora: Gustavo Wabner
Assistente de Figurino: Carol London
Produção Executiva/Operação de Som: Bruno Jahu
Operador de Luz: Pedro Carneiro
Contrarregra e camareiro: Cleiton Belmiro
Assessoria Contábil: Sesan
Assessoria de Imprensa: Catharina Rocha e Paula Catunda
Mídias Sociais: Rafael Teixeira
Direção de Produção: Daniel Dias da Silva e Cacau Gondomar
Coprodução: CLG – Canteiro de Ideias
Um espetáculo da Territórios Produções Artísticas e Lunática Companhia de Teatro
06 a 15 de dezembro de 2024
Sexta e Sábado 20h | Domingo 19h
Teatro da UFF
Rua Miguel de Frias, 9 – Icaraí – Niterói
Ingressos: R$ 40 (inteira) – R$ 20 (meia)
Canais de venda: Guichê Web e Bilheteria
Classificação Indicativa: 12 anos