Evento

Conversa sobre Literatura no Teatro

Conversa sobre Literatura no Teatro

O Centro de Artes UFF promove a “Conversa sobre Literatura no Teatro”, com a participação dos dramaturgos Marcello Caridade, Pedro Kosovski e Ramon Botelho. Com a mediação de Robson Leitão, diretor do Teatro da UFF, o encontro acontecerá no dia 28 de abril de 2021, quarta-feira, a partir das 19h, e será transmitido pelo canal do Centro de Artes UFF, no Youtube.
Pensando nas muitas possibilidades oferecidas pela Literatura, em cruzamentos, adaptações e desdobramentos para a encenação teatral, o Centro de Artes UFF tem oferecido ao seu público a oportunidade de ampliar o seu olhar e reflexão sobre essas interdisciplinaridades entre o Teatro e a Literatura.
Recentemente, por exemplo, exibiu pelo Facebook e Youtube versões digitais adaptadas dos espetáculos Feio e Eu, Moby Dick, inspirados em textos literários, ou seja, não teatrais, tendo, por um acaso, o mesmo dramaturgo: Pedro Kosovski.
Feio, dirigido por Helena Marques e que teve sua estreia mundial em março deste ano, é inspirado livremente no conto infanto-juvenil O patinho feio, escrito pelo dinamarquês Hans Christian Andersen, publicado originalmente numa coletânea de contos seus, em 1835. Já o espetáculo Eu, Moby Dick, dirigido por Renato Rocha e que teve sua estreia no palco em 2019, antes do fechamento dos teatros por causa da pandemia, é baseado no romance clássico Moby Dick, escrito pelo americano Herman Melville e publicado originalmente em três volumes, no ano de 1851, com o título The whale (A baleia).
Mas, bem antes da pandemia, outros espetáculos, baseados e/ou inspirados em textos não teatrais, foram exibidos no Teatro da UFF, como a peça Visitando Camille Claudel, em 2018, depois de uma longa jornada desde sua estreia em 2006, no Rio de Janeiro. O monólogo, que conta parte da trágica e fascinante história da escultura francesa, aluna e amante de Auguste Rodin, teve sua adaptação e dramaturgia assinada por Ramon Botelho, a partir das cartas deixadas por Camille Claudel (1864-1943), que passou boa parte da sua vida adulta internada em asilos e hospitais psiquiátricos, obrigada a isso por sua família, que a mantinha internada, independente das altas dadas por diferentes médicos. Ramon Botelho dirigiu outra adaptação para o Teatro, também em forma de monólogo, do livro Diário de Bitita, escrito por Carolina Maria de Jesus e publicado, postumamente em 1982, na França, e somente depois lançado no Brasil, em português.
Outro dramaturgo e diretor que vem adaptando textos literários para o teatro, no gênero musical, é o também ator Marcello Caridade, que assina os espetáculos Capitães da areia, baseado no romance homônimo de Jorge Amado, publicado pela primeira vez em 1937, Tarzan – um musical, baseado nas aventuras do personagem criado pelo escritor americano Edgar Rice Borroughs em 1912, e João e Maria no sertão, adaptado do conto original Hänsel und Gretel (João e Maria), publicado pelos irmãos alemães Jacob e Wilhelm Grimm, em 1812, entre outras peças, extraídas da literatura não teatral. Essas três peças estiveram em cartaz no palco do Teatro da UFF, anos atrás.
Sobre os convidados para a Conversa sobre Literatura no Teatro:
Pedro Kosovski – Dramaturgo, diretor teatral e professor de artes cênicas na PUC-Rio. Suas obras já foram apresentadas nos principais festivais do Brasil, em Portugal e na Colômbia, entre outros. Vencedor de dois prêmios Shell, em 2015 e em 2017, com Caranguejo Overdrive e Tripas, respectivamente, recebeu também os prêmios Cesgranrio 2015 (Caranguejo Overdrive), prêmio Questão de Crítica 2012 (Cara de Cavalo) e 2014 e (Edypop), prêmio CBTIJ 2016 e Zilka Salaberry 2016, ambos com o espetáculo infanto-juvenil Tãotão. Três de suas peças que formam a “trilogia carioca” (Cara de Cavalo, Caranguejo Overdrive e Guanabara Canibal) estão publicadas pela editora Cobogó, na coleção Dramaturgias.
Já foram encenadas vinte peças de sua autoria, dentre as quais a ópera contemporânea Aquilo que mais eu temia desabou sobre minha cabeça (2017), em parceria com os artistas holandeses Sjaron Minailo e Anat Spiegel, que estreou no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Em 2018, o Sesc Ipiranga realizou no projeto “Dramaturgias”, o ciclo Pedro Kosovski, onde apresentou três peças de seu repertório. Em 2019, foi indicado aos prêmios APCA 2019 pela dramaturgia de Kintsugi, 100 memórias e ao Prêmio Shell 2019, com o texto  Eu, Moby Dick, baseado no clássico Moby Dick, de Hermann Melville, que fez temporada no Rio e em São Paulo. Recentemente, adaptou o conto infanto-juvenil O patinho feio, de Hans Christian Andersen, para o espetáculo Feio in loco, exibido pelas plataformas digitais do Centro de Artes UFF, assim como o espetáculo Eu, Moby Dick :: na rede, uma adaptação para a linguagem audiovisual da peça original.
Marcello Caridade – Atuou ao lado de Chico Anysio em programas como Chico Anysio Show, Estados Anysios de Chico City, Escolinha do Professor Raimundo e Chico Total. Atuou também na série Escolinha do Professor Raimundo (de 2001), integrou o elenco do programa Os caras de pau (Rede Globo), das novelas Verdades secretas  e Deus salve o rei (Rede Globo), e das séries Era uma vez na história (Band/Warner) e Filhos da pátria (Rede Globo) e do programa Os suburbanos, no canal Multishow.
Em teatro, atuou nos espetáculos A volta de Chico Mau (pelo qual recebeu os prêmios Mambembe e Coca-Cola, de Melhor Ator, em 1993), Viravez, O Cortês (pelo qual foi indicado como Melhor Ator para os prêmios Mambembe e SATED-RJ, em 1994), A lei e o rei (sendo indicado como Melhor Ator para o prêmio Mambembe e como Melhor Coreógrafo para o prêmio Coca-Cola, em 1995), Os impagáveis (recebendo o prêmio Mambembe de Melhor Ator, em 1996). Dirigiu o musical Uma professora muito maluquinha (indicado ao prêmio Mambembe de Melhor Espetáculo, em 1997) e, atualmente, está atuando na comédia solo Sem fadas, de Alessandro Marson, dirigida por Márcio Trigo.
À frente da Cia. de Repertório de Teatro Musical, desde 2000, com trabalhos direcionados à Infância e Juventude, adaptou e dirigiu espetáculos inspirados tanto na literatura infantil quanto na literatura adulta, tais como: Robin Hood, João e Maria – Uma história brasileira, Peter Pan, Cinderella, Fabulices e, atualmente em produção, Fabulices 2 e os clássicos  Capitães da areia, baseado na obra de Jorge Amado, e O cortiço, na obra de Aluísio Azevedo, ambos trabalhos desenvolvidos no gênero musical.
Em 2008, foi um dos homenageados pelo CBTIJ (Centro Brasileiro de Teatro para Infância e Juventude), pelo conjunto de suas obras (autor, diretor e ator) direcionadas ao público infanto-juvenil.
Ramon Botelho – Formado em Literaturas, na UFF, e em Teatro, na CAL (RJ), estudou também com Antunes Filho, Sergio Brito, Aderbal Freire-Filho, Moacyr Goes e Gabriel Villela. Foi co-criador do Grupo Muito Prazer, junto com Márcio Vianna, que marcou a cena carioca nos anos 1990, com a peça A farra de atores.
Botelho é dramaturgo e diretor da peça Carolina Maria de Jesus, Diário de Bitita, que circulou por vários teatros e espaços de cidades de diferentes estados, como: Teatro Municipal de Uberlândia (2015), CEU de Tiradentes, SP, Salão do Livro de Guarulhos, SP, Festival Midrash, RJ, Teatro Dulcina, RJ, Sala Baden Powell, RJ, em 2017. Na Sala de Cultura Laura Alvim (2018), FLIPELÔ, BA, SESI Itaperuna, RJ, Teatro A. Azevedo, SP, em 2018. Na FLINK SAMPA, na Universidade Zumbi dos Palmares, Feira LER, RJ, Green Nation, Ibirapuera, SP, Teatro Municipal de Niterói, em 2019. Em Augsburg/Frankfurt (Alemanha) e Teatro Prudential, RJ, em 2020.
É também dramaturgo e diretor do espetáculo Visitando Camille Claudel, que fez temporadas nos seguintes espaços: CCJF, RJ, em 2006, Estação Docas, Belém, onde abriu a exposição oficial de obras da escultora francesa; Festival de Campos (onde foi laureado com os prêmios de Melhor Cenário e Melhor Iluminação), Teatro UFF, em 2008, Cataguases/Muriaé (MG), em 2009, Circuito SESC RJ, em 2010, em Betim/BH, MG , em 2010. Também no Teatro Municipal de Niterói, em 2013, Armazém J. Botânico, RJ, em 2014, e novamente no Teatro UFF, em 2019. Atualmente, Ramon Botelho é coordenador de produção e diretor da peça As sete vidas de Alva, contemplada no Edital Retomada Cultural RJ, da Lei Aldir Blanc, internet, ano de 2021.
O dramaturgo também participou do painel “A Trajetória da Mulher Negra no Brasil”, no Seminário Década Internacional de Afrodescendentes, organizado pela ONU Brasil, na Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro, em 2015.

28 de abril de 2021
Quarta | 19h
Transmissão:
www.youtube.com/CentrodeArtesUFFOficial

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