Evento

Conferência Internacional sobre Policiamento na Sociedade Algorítmica (Projeto AGOPOL)

Conferência Internacional sobre Policiamento na Sociedade Algorítmica (Projeto AGOPOL)

A inteligência artificial é vista como uma tecnologia que está transformando radicalmente nosso mundo. Previsões baseadas em dados, avaliações de risco e decisões algorítmicas são vendidas por desenvolvedores de tecnologia como “evidência” e “inteligência” como a “verdade”, transparente”, como “pura”, intocada pela emoção humana, preconceito, discrição e julgamento – infelizmente, não é assim que funciona na prática (Kuldova, 2020). Departamentos de polícia em todo o mundo estão adotando a inteligência artificial como o futuro da tomada de decisões. No centro desse futuro do policiamento estão os dados que “surgem da capacidade expandida de coletar, armazenar, classificar e analisar pistas digitais sobre o crime” (Ferguson, 2017). Essas novas tecnologias (ou mesmo suas meras promessas comerciais) estão impactando todos os aspectos do policiamento e abrindo “espaço para práticas supostamente novas e aprimoradas” (Edler Duarte, 2019).
Apesar de ser um campo relativamente novo, vários estudos críticos já exploram as consequências da governança algorítmica no policiamento, levantando uma série de questões: Quais são as consequências culturais e sociais dessas tecnologias preventivas? Como essas tecnologias se cruzam com culturas preexistentes de policiamento, lógicas institucionais e modos de organização do trabalho policial? O que acontece quando a segurança, o policiamento, o conhecimento e nossas sociedades e instituições se tornam cada vez mais governados por meio ou com o apoio de sistemas algorítmicos opacos que levantam questões de responsabilidade, justiça e legitimidade? O que se perde quando contamos com dados agregados, correlações e modelagem? Quais são os impactos dos processos entrelaçados de datificação, securitização e mercantilização da segurança no policiamento? Como os avanços na inteligência artificial moldam o policiamento em diferentes contextos culturais, políticos, jurídicos e econômicos? Como os desenvolvimentos em inteligência artificial moldam a política e o policiamento da cultura popular? Até que ponto as mudanças na governança algorítmica inspiram um repensar de como a política e o policiamento operam por meio da música e da cultura popular? E qual é a relação entre governança algorítmica e noções mais amplas de policiamento cultural e o policiamento do social?
Estas e outras questões serão abordadas na Conferência Internacional sobre Policiamento na Sociedade Algorítmica (Projeto AGOPOL), que está sendo organizada em parceria com o Instituto de Estudos Comparados em Administração de Conflitos e convida a contribuições críticas que explorem as culturas de policiamento e os múltiplos impactos das tecnologias, especialmente a governança algorítmica, nas culturas de policiamento em diversos espaços, preferencialmente, mas não exclusivamente, no Sul Global. Acolhemos estudos que abordam a transformação organizacional do policiamento baseada em dados, bem como novas pesquisas sobre como as culturas de policiamento operam por meio da cultura popular, particularmente contribuições da antropologia social, estudos críticos de gerenciamento, ciências sociais críticas e humanidades.
Detalhes do evento
O evento, que ocorrerá entre os dias 6 e 8 de março, será apenas presencial. Além disso, a Comissão Organizadora informa que em caso de aceite, os convidados deverão arcar com suas despesas em Niterói. Não há taxa de conferência.
Para outras informações, acesse o link do evento.

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