Ana Beatriz da Silva, doutoranda da UFF, em curso na Universidade de Minnesota
A estudante Ana Beatriz da Silva, vinculada à pós-graduação em Geografia da UFF e orientanda do professor Valter do Carmo, foi selecionada recentemente para participar de um curso de formação sobre Geografias Radicais e Reprodução Social da “Antipode: A Radical Journal of Geography”, na Universidade de Minnesota (EUA), durante o período de 3 a 7 de junho de 2024.
A seleção ocorreu com candidatos do mundo inteiro, entre estudantes de doutorado e pós-doutorado. “Fui a única brasileira estudante de doutorado de uma universidade pública federal dentre os 25 estudantes selecionados”, comemora a aluna da UFF, cuja pesquisa se insere na linha de pesquisa “Conflitos territoriais, produção do espaço, ativismos e movimentos sociais” junto ao Movimento de Mulheres Negras do Estado do Rio de Janeiro. Além da formação no Instituto de Geografia da universidade norte-americana, os selecionados receberam uma bolsa de custo de 2 mil dólares.
Durante o workshop, Ana Beatriz participou de apresentações de papers, realizando as atividades previstas como visita a projetos da cidade relacionados ao tema do curso. “Visitamos áreas importantes do Parque Nacional da cidade sobre Meio Ambiente, Justiça Social, o memorial do George Floyd, conhecemos também o trabalho de hortas comunitárias em bairros de migrantes, entre outras ações”, explica a doutoranda, que pertence à primeira turma de ação afirmativa do seu Programa de Pós-graduação e é bolsista da Capes.
Em sua pesquisa na UFF, Ana Beatriz analisa as configurações sócio-espaciais das ações políticas, organizacionais, mobilizadoras e orçamentárias do Movimento de Mulheres Negras do Estado do Rio de Janeiro, a partir do Fórum Estadual de Mulheres Negras (FEMN/RJ), que, juntamente com outros estados da federação, construiu a 1º Marcha Nacional de Mulheres Negras em 2015, em Brasília-DF. “Nesse cenário, sugiram outros sujeitos sociais, políticos e econômicos em face à emergência da luta por uma política pública antirracista e antissexista no Brasil, que, por sua vez, exerce forte impacto nas políticas públicas direcionadas à população negra no estado”, explica.
“Meu trabalho foi muito repercutido com os professores presentes, com convites para publicação em revistas da área da Geografia, além de um convite para estudar por lá. Foi uma experiência incrível viver em um alojamento de uma universidade norte-americana, tomar café todos os dias com estudantes de todas as partes do mundo e mostrar como nós, estudantes da UFF, estamos preparados para os novos rumos da sociedade”, conclui.
