A Universidade Federal Fluminense – UFF é uma das maiores instituições de ensino, pesquisa e extensão do País, constituída essencialmente por uma comunidade plural, vibrante e atenta às conjunturas nacional e internacional.
A UFF é uma Universidade pública, gratuita, laica e apartidária. Portanto, o respeito às diferenças políticas e ideológicas e a garantia do livre debate de ideias é inerente à nossa comunidade. A UFF não tem um fim em si mesmo; o ensino, a pesquisa e a extensão que praticamos nos conduzem a atingir os objetivos da República estipulados no artigo terceiro de nossa Constituição: erradicar a miséria, o analfabetismo, garantir um desenvolvimento científico, tecnológico, econômico e social sem discriminação de qualquer espécie.
A UFF tem prezado de maneira assertiva pela lisura do processo eleitoral. Como define a legislação eleitoral vigente, os espaços do poder público não podem ser utilizados para propaganda partidária nos termos da Lei n° 9,504/97.
Por outro lado, a vocação da Universidade é ser um território livre de qualquer espécie de arbitrariedade. Um espaço de promoção e difusão do conhecimento, o qual enseja a discussão de ideias. Tudo isso alicerçado nos valores democráticos previstos na Carta Magna de 1988. Desse modo, é natural a manifestação da comunidade acadêmica na defesa do Estado Democrático de Direito e, obviamente, em defesa da Universidade pública.
Os últimos acontecimentos em nossas Universidades não representam claramente a verdade dos fatos e estão eivados de vícios de interpretação e de preconceitos. Ações arbitrárias contra a autonomia universitária, contra a liberdade de cátedra e contra a legítima manifestação da comunidade acadêmica, têm trazido, nos últimos tempos, enorme preocupação e insegurança para a sociedade como um todo e, em particular, para a nossa comunidade. Não há como deixar de mencionar a interrupção de aulas, com velada censura acerca do conteúdo lecionado, a prisão coercitiva de dirigentes, e a ameaça frequente de gestores por acusação de suposta desobediência e/ou improbidade administrativa.
Definitivamente, não podemos aceitar o retrocesso que se quer impor ao Brasil que desejamos para os nossos filhos e filhas e à Universidade que ajudamos a construir, com base no mérito acadêmico, na produção do conhecimento e na formação qualificada de estudantes. É verdade que se procura rotular as universidades com viés ideológico, e se pretende transformar isto em verdade. Todavia, em nosso meio vibra de fato a pluralidade e a diversidade de ideias. Vibra a defesa da educação de excelente qualidade, a democracia e a soberania nacional.
Sidney Mello – Reitor
Antonio Claudio Lucas da Nóbrega – Vice-Reitor, Eleito reitor para 2018-2022