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DescartUFF – Utilização incorreta de substâncias contra a COVID-19

#ProexEmAção em parceria com o projeto de extensão DesacartUFF informa que com o rápido avanço da ciência em reação à pandemia do COVID-19, nós do DescartUFF trazemos para vocês as últimas informações sobre o desenvolvimento de medicamentos contra a doença. Neste texto postado em nosso site, comentamos sobre a divulgação de falsas notícias acerca de possíveis tratamentos para a COVID-19 e das consequências da utilização de substâncias como forma de se automedicar. Vem com a gente:

https://descartuff.wixsite.com/descartuff/post-unico/2020/04/30/Utiliza%…

Utilização incorreta de substâncias contra a COVID-19

A profundidade da crise da nova pandemia tem gerado grandes repercussões sobre possíveis tratamentos para a COVID-19. De um lado, pesquisadores de diversos países correm contra o tempo em busca de um medicamento eficaz. De outro, falsas notícias estão sendo divulgadas sobre a eficácia de substâncias e alimentos para a cura e prevenção da doença.

No Brasil alguns estudos experimentais feitos com a cloroquina para comprovar sua eficácia no tratamento da COVID-19 – como já abordado em nosso site – levaram algumas pessoas a se questionarem sobre a ingestão de água tônica como uma alternativa para o tratamento e prevenção da doença. A bebida de fato possui quinina em sua composição, substância responsável pelo gosto amargo e que já foi utilizada décadas atrás como tratamento para malária. Porém a quantidade de quinina em uma lata de água tônica é muito baixa e não apresenta funções terapêuticas. A confusão foi gerada devido à semelhança com o medicamento cloroquina, tanto na nomenclatura quanto na estrutura química das substâncias.

Em entrevista coletiva na semana passada, o presidente dos EUA, Donald Trump, sugeriu como tratamento uma injeção de desinfetantes diretamente no pulmão dos pacientes com COVID-19, alegando que desta maneira o agente patogênico seria eliminado. Como consequência, as autoridades de saúde de Nova York, epicentro da pandemia no país, foram notificadas com um total de 30 possíveis contaminações com água sanitária e outros produtos de limpeza. O número de casos relacionados já vinha aumentando gradativamente, porém apresentou uma quantidade maior de casos após a entrevista com o presidente, chamando a atenção das autoridades pelo alto número de casos em pouco tempo. Os efeitos da ingestão de desinfetantes variam de acordo com a substância e a quantidade ingerida (diarreia, mal-estar, enjoo e, principalmente, irritação das mucosas). A longo prazo esses efeitos podem se agravar.

No Irã, milhares de pessoas ingeriram metanol tóxico acreditando que assim estariam curados da COVID-19. Muitas delas ainda se encontram hospitalizadas, além de 728 mortes e sequelas geradas pelo envenenamento, incluindo cegueira e danos oculares. Comparando o mesmo período do ano passado, o número de mortos foi cerca de dez vezes maior. Os efeitos provocados pela ingestão do metanol dependem da quantidade ingerida: quanto menor a ingestão da substância, menor o grau de intoxicação. Casos graves da intoxicação podem causar acuidade visual, cegueira, neurite óptica e morte.

Os produtos de limpeza estão sendo recomendados pelas autoridades de saúde como forma de aumentar a higienização de alimentos, bancadas, superfícies e mãos. A problemática que está sendo provocada tanto nos EUA, quanto no Irã, é provavelmente devido a uma falsa esperança de que estas substâncias, indicadas para higienizar, possam ter algum efeito sobre o vírus durante o desenvolvimento da doença, visto que ainda não foi descoberta nenhuma forma de tratamento comprovadamente eficaz. A consequência é um aumento da quantidade de intoxicações e uma debilitação do sistema imunológico, visto que estas substâncias não têm atividade alguma sobre a COVID-19, além de causarem danos no organismo.

A lista de alimentos já divulgados para o combate do coronavírus é desmedida. Notícias como a ingestão de vitamina C com limão, gargarejo com água morna, sal e vinagre e ingestão de alimentos alcalinos já foram anunciadas como atitudes incapazes de tratar ou prevenir a COVID-19. Apesar dos alimentos saudáveis funcionarem como fortalecedores do sistema imunológico de modo geral, não existe nenhum específico para combater, ou até mesmo prevenir, a infecção pelo SARS-CoV-2.

Como já mencionamos, muitas pesquisas estão sendo desenvolvidas em busca de um tratamento eficaz. Entretanto, ainda não existe nenhum alimento, bebida ou substância específicos e capazes de prevenir ou tratar a doença. A ingestão dos mesmos como forma de automedicação pode provocar consequências irreversíveis. É importante seguir as recomendações das autoridades de saúde e verificar a fonte das informações que chegam até nós. O acompanhamento de um médico é sempre essencial.

Autores: Luiza Sardinha, André Almo, Vladimir Pedro e Júlia Albuquerque

Referências:
https://g1.globo.com/
…/e-fake-que-a-ingestao-de-alimentos-a…

https://canaltech.com.br/
…/que-relacao-tem-a-agua-tonica-c…/

https://apnews.com/fece5d0e017849911aa86c0c07799e6b

https://brasil.elpais.com/
…/por-favor-nao-comam-pastilhas-d…

https://www.nydailynews.com/
…/ny-coronavirus-new-yorkers-ho…

https://g1.globo.com/
…/e-fake-texto-que-diz-que-vitamina-c-…

https://g1.globo.com/
…/e-fake-que-fazer-gargarejo-com-agua-…

https://www.nutmed.com.br/blog/novidades/noticia-179

 

Dados do informe

07/05/2020


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