Como conciliar tantos papéis com a rotina de mãe?
Para alcançar autonomia, saúde, bem-estar e qualidade de vida, as pessoas precisam estar em equilíbrio ocupacional na sua rotina. Isso não quer dizer que ninguém tenha que dar conta de tudo o tempo todo. Muito pelo contrário, o equilíbrio ocupacional adequado é aquele em que a pessoa vai avaliando as prioridades e ajustando na sua rotina aquilo que faz mais sentido naquele momento. Nesse sentido, ele se parece muito mais com um gráfico de ondas do que com uma balança. Flexibilização é a chave!
O cotidiano exaustivo das mulheres, especialmente as que têm múltiplas jornadas, incluindo cuidados com os filhos, pode trazer estresse, cansaço, muitas frustrações e até o adoecimento.
Como estão as atividades de descanso/sono, lazer, brincar, gestão da saúde e participação social? Quando essa mulher sentou para tomar um café com uma amiga ou leu um livro tranquilamente? Ela tem um sono de qualidade? Quando fez um check-up médico e odontológico pela última vez?
É inegável que há a necessidade de ampliação ou construção de redes de apoio entre família, escola, trabalho, sociedade e políticas públicas para favorecer o retorno da mulher ao desempenho dos seus papéis.
Porém, uma rotina estruturada minimiza alguns impactos negativos dessa múltipla jornada. Essa reorganização precisa que todos os envolvidos se comprometam de fato, façam ajustes de horários e reorganizem as próprias rotinas. Por isso, a seguir traremos algumas estratégias para ajudar na organização dessa rotina familiar:
1. Montar um planejamento atual: anotar, por uma semana, todas as tarefas realizadas (Não se esquecendo das “pequenas” tarefas, como trocar fralda, tirar lixo, comprar pão, mandar um e-mail, agendar um médico, etc)
2. Listar atividades que gostariam/deveriam fazer e não encontram tempo.
3. Separar o que pode ser desapegado, o que pode ser delegado e o que precisa ser feito de fato.
4. Distribuir as tarefas comuns (cuidados com a casa e as crianças) entre os adultos da família, considerando as preferências pessoais, se possível. Quais tarefas cada um ama fazer? Quais odeia? Quais tolera? E de quais tarefas sente falta?
5. Cada um deve classificar suas tarefas em: VERMELHA (prioridade), AMARELA (importante), VERDE (desejável).
6. Montar o planejamento de cada pessoa começando pelas tarefas vermelhas, depois as amarelas e, por fim, as verdes (deixando um tempo realista para cada tarefa):
– Incluir no planejamento dos adultos todas as tarefas das crianças e da casa que eles são responsáveis;
– Não esquecer de riscar as tarefas cumpridas. Isso libera dopamina e ajuda na sensação de bem-estar e motivação!
7. Montar um Quadro de Rotina para as crianças: assim elas se sentem mais confiantes, responsáveis, têm previsibilidade e acabam até ajudando os adultos a lembrar das tarefas da vez.
8. Encontrar o seu jeito de organizar: agora que já se sabe tudo que é preciso fazer e quanto tempo é gasto em cada tarefa, é possível otimizar o planejamento com novas ferramentas:
– Se você trabalha sob demanda, um planejamento diário, tipo checklist, pode funcionar bem;
– Se você tiver muitos compromissos de horário fixo e dias muito diferentes, um planner semanal pode ser uma boa opção;
– Se você tem compromissos importantes, mas esporádicos, um planejamento mensal pode te ajudar mais.
– Além disso, é importante considerar se você é do digital ou do analógico: você prefere a velha e boa agenda de papel ou não desgruda do celular? Existem apps excelentes para auxiliar na organização da rotina como: Google Keep, Trello, Google Agenda e o próprio Whatsapp.
Esperamos que essas orientações te ajudem a ter uma rotina mais leve com tempo para se cuidar e ter mais saúde e qualidade de vida. Mas, se ficou alguma dúvida ou você acha que precisa de auxílio de um terapeuta ocupacional para estruturar sua rotina, mande um e-mail para: dpvs.casq.progepe@id.uff.br.