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Parceria entre UFF e Instituto de Pesquisa em Agropecuária Francês é contemplada com financiamento para intercâmbio de pesquisadores

A pesquisa liderada pela professora Joanna Maria Gonçalves de Souza Fabjan, do Departamento de Patologia e Clínica Veterinária, inserida no campo da produção in vitro de embriões, foi contemplada com financiamento por até 4 anos pelo Programa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Comitê Francês de Avaliação da Cooperação Universitária com o Brasil (Cofecub). A Capes/Cofecub apoia projetos conjuntos de pesquisa entre instituições de ensino superior e de pesquisa do Brasil e da França e estimula a formação e o aperfeiçoamento de doutorandos e docentes.

O projeto intitulado “Vesículas extracelulares: otimização de biotécnicas reprodutivas em condições de aquecimento global ” tem como objetivo analisar o diálogo entre as células somáticas maternas e os embriões, a fim de estabelecer tecnologias inovadoras que permitam otimizar a eficiência de produção e sobretudo a qualidade dos embriões produzidos in vitro. O projeto está dividido em três etapas, que têm por finalidade: 1) estabelecer um modelo in vitro que permita o estudo de interações mediadas por Vesículas Extracelulares usando organoides de células epiteliais do oviduto; 2) avaliar o efeito do estresse térmico e oxidativo nessas interações; e 3) uma abordagem tecnológica de métodos de criopreservação baseados nestas observações.

De acordo com a professora, a pesquisa ampliará a compreensão a respeito dos mecanismos envolvendo o uso de Vesículas Extracelulares como uma ferramenta biotecnológica, podendo ser pioneiro na modificação do seu conteúdo molecular. “Na produção in vitro de embriões, será possível a criação de um sistema de cultivo in vitro mais apropriado, resultando em maior qualidade embrionária. Este conhecimento resultará na produção de vesículas modificadas por bioengenharia, trazendo benefícios promissores diretos para o melhoramento genético dos animais de produção e para a indústria agropecuária, o que pode afetar inclusive na maior propagação desta biotécnica”, explica.

No Brasil, o estudo conta com apoio dos professores da UFF Felipe Zandonadi Brandão, da Faculdade de Veterinária, e Mariana Renovato-Martins, do Instituto de Biologia, além de professores de universidades no Ceará. Na França, a pesquisa é coordenada pelo Instituto de Pesquisa em Agropecuária Francês (INRAE). O projeto permitirá o intercâmbio de estudantes e pesquisadores de ambos os países. A professora Joanna ressalta a importância desse tipo de iniciativa da Capes para o fomento da pesquisa e aprimoramento da formação de recursos humanos de alto nível por meio do intercâmbio científico e da mobilidade acadêmica de discentes e docentes entre instituições brasileiras e francesas. “A ida de jovens pesquisadores em fase de consolidação da carreira por missões científicas e/ou bolsas de doutorado sanduíche, cotutela e pós-doutorado, realmente pode impactar fortemente e até mesmo mudar a vida de uma pessoa. Estes profissionais retornam ao Brasil e irão posteriormente integrar outras instituições, ampliando e difundindo o conhecimento adquirido nesta oportunidade. Por fim, esse apoio da Capes viabiliza a execução de projetos conjuntos de pesquisa, estreitando os laços com grupos de renome, o que invariavelmente resulta em produção científica de qualidade, fortalecendo ainda a internacionalização dos nossos programas de pós-graduação”, conclui.

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