O professor Rafael Erbisti, do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade Federal Fluminense, representa a universidade no “ArboAlvo”, Programa de Controle de Doenças Transmitidas pelo Aedes aegypti, idealizado pelo Ministério da Saúde em colaboração com o Instituto Oswaldo Cruz.
O programa tem o objetivo de monitorar as áreas de risco para doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, como dengue, zika e chikungunya, conhecidas também como “arboviroses”, a fim de criar metodologias para combater essas enfermidades. O projeto também conta com o apoio de profissionais e pesquisadores das Escolas da Fiocruz e dos Institutos de Estudos em Saúde Coletiva e de Matemática da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Desde 2016, o ArboAlvo atua nos municípios de Belém, Belo Horizonte, Campo Grande e Natal, que representam as regiões Norte, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste do Brasil, a fim de recolher informações provenientes do monitoramento do mosquito por meio de armadilhas de oviposição, as ovitrampas, para realizar relatórios automatizados que permitem otimizar a tomada de decisão e o direcionamento de ações nos territórios em menor tempo. Para realizar a estratificação dos dados obtidos, os pesquisadores contam com algumas etapas metodológicas que tornam o processo eficaz. São elas:
– Utilização de dados produzidos pelos serviços de saúde locais e por outras agências governamentais;
– Adoção de programa de formação para o fortalecimento dos serviços de vigilância e controle locais;
– Reconhecimento e análise das condições sócio-sanitárias e territoriais locais como determinantes no processo de manutenção da transmissão de arboviroses;
– Transferência de tecnologias para a capacitação de equipes locais.
A última capacitação da equipe aconteceu no Instituto de Matemática e Estatística da UFF nos dias 22 a 26 de maio de 2023, coordenado pelo professor Rafael Erbisti. O evento foi composto por palestras, instruções para futuros monitoramentos das cidades representantes e sessões de qualificação para o uso do pacote Rmarkdown, em ambiente R, programa estatístico utilizado nas pesquisas.
O professor explica que o evento concluiu uma série de transferências de conhecimento tecnológico para a realização de relatórios que facilitam as análises epidemiológicas e entomológicas. “Os representantes de cada município participaram de um treinamento que vinha acontecendo desde 2019 para se qualificarem a esse tipo de estratificação de dados. Agora eles vão seguir sozinhos, cada um em sua cidade, com assessorias, claro, e com as metodologias ensinadas durante esses 4 anos”.