A professora Thaiane Oliveira, vinculada ao Programa de Pós-graduação em Comunicação da UFF, está participando de um projeto coordenado pelo Instituto Nacional de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia (INCT-CPCT), que tem como objetivo analisar a cobertura sobre as vacinas na mídia e a circulação de informações sobre a temática em ambientes digitais e redes sociais, além da mídia tradicional.
No contexto da pandemia causada pelo coronavírus, as discussões em torno das vacinas em geral e, em particular contra a Covid-19, tornaram-se complexas no Brasil. Para dar conta do objetivo do projeto, os pesquisadores fizeram aproximações diferenciadas sobre o tema, visando montar um panorama geral da temática a partir de três estudos específicos inter-relacionados: 1. Mapeamento da circulação de informações e desinformações sobre vacinas nas redes sociais e ambientes digitais, em que todas as redes sociais relevantes foram analisadas; 2. Análise da mídia impressa (Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo) e 3. Análise da TV (Jornal Nacional/TV Globo e dois programas de infotainment).
“Diante de um cenário no qual a vacinação foi alvo de desinformação, no qual a vacina foi amplamente instrumentalizada politicamente durante a pandemia, realizamos um conjunto de pesquisas sobre como a informação sobre vacinas circulam nas mídias sociais, com foco em um conjunto de mídias sociais (Facebook, Instagram, Youtube, Telegram, Whatsapp, Tiktok, Youtube, Bitchute, entre outros), além da mídia tradicional, com o intuito de entender como estas informações têm chegado aos usuários e leitores nesses espaços digitais”, explica Thaiane.
O projeto, que conta com apoio do Proep–COC-CNPq 2021 e do PPSUS Faperj, reúne pesquisadores e divulgadores da ciência de seis instituições brasileiras: Universidade Federal Fluminense (UFF), Fiocruz, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e Universidade Federal de Goiás (UFG).
Segundo a pesquisadora, que também é superintendente de Comunicação Social da UFF, o próximo passo da pesquisa é focar exclusivamente em desinformação científica, em especial nas áreas de saúde, meio ambiente e tecnologia. “Buscamos entender como a contestação à ciência e diferentes usos sociais da informação científica em prol da desinformação circulam globalmente”, ressalta.
‘Vacinas na esfera pública’: evento na Fiocruz
No dia 25 de março, a Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) promoverá, a partir das 9h, o evento “Vacinas na esfera pública”, no campus Manguinhos da Fiocruz, no Rio de Janeiro. A iniciativa contará com transmissão pelo canal da COC/Fiocruz no YouTube e tem como objetivo apresentar os resultados de estudos feitos no INCT-CPCT.
Além da professora Thaiane Oliveira, os outros palestrantes serão a coordenadora do INCT-CPCT e pesquisadora da COC/Fiocruz Luisa Massarani; o pesquisador da Universidade Federal de Goiás (UFG) Luiz Felipe Fernandes Neves e os pesquisadores Lidia Maia, Igor Waltz e Amanda Medeiros, do Instituto Nacional de Comunicação Pública da Ciência e o debate será moderado pelo pesquisador da PUC-Rio Marcelo Alves. Entre os debatedores, estão o professor da UFF Túlio Batista Franco, que também integra a operativa nacional da Frente pela Vida, e a jornalista do jornal O Globo Ana Lucia Azevedo, Prêmio José Reis de Divulgação Científica em 2011. A secretária municipal de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro e primeira mulher nomeada para o cargo, Tatiana Roque, também está confirmada como debatedora no evento.
“Além do relatório da pesquisa, também haverá o lançamento de um policy brief sobre o enfrentamento à desinformação em vacinas e o lançamento de uma cartilha para profissionais de saúde no combate à desinformação”, conclui a pesquisadora.
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