Faz tempo que a UFF não é mais uma universidade “de Niterói”. A partir da década de 1990, a Universidade deu início a um ambicioso projeto de expansão, intensificado nos últimos 10 anos, para diversos municípios do Estado do Rio de Janeiro: Campos dos Goytacazes, Volta Redonda, Macaé, Santo Antônio de Pádua, Rio das Ostras, Angra dos Reis e Nova Friburgo, os chamados campi fora de sede. A iniciativa permitiu que o ensino na UFF se tornasse acessível a mais alunos e novos públicos. Mas isto se aconteceu a um preço inevitável: a natural defasagem – tanto do ponto de vista da infraestrutura física, quanto do seu quadro de pessoal – que, em diferentes graus, algumas das novas unidades apresentam em relação àquelas baseadas em Niterói. Por este motivo, a nova administração da UFF definiu, já no dia da sua posse, o esforço de equalização das condições de ensino, pesquisa e extensão das unidades fora de sede como uma de suas prioridades.
Os desafios para o cumprimento desta tarefa são expressivos. A distância física que separa os diversos municípios atendidos pela UFF interpõe um obstáculo significativo à comunicação com a sede, e a crise financeira que afetou todas as universidades federais tornou tudo mais difícil. A despeito disto, a administração tem empreendido uma política substantiva de valorização das unidades fora de sede. O primeiro passo deste esforço envolveu uma série de visitas do comitê gestor, composto por membros do primeiro escalão da Universidade, às unidades do interior. Por meio de encontros com integrantes das comunidades acadêmicas locais, eles ouviram queixas, sugestões e, em acordo com eles, estabeleceram uma agenda positiva de valorização destas unidades. O resultado do encontro não se limitou a um protocolo de intenções. Diversas medidas concretas têm sido tomadas no sentido de equalizar as condições acadêmicas destas unidades em relação às que existem na sede.
No plano da infraestrutura física, foram contratadas e já se encontram bastante adiantadas as obras de reforma e adequação do espaço destinado à Biblioteca da Unidade sediada em Macaé. Ao longo dos próximos dias serão instaladas redes e equipamentos de TI e monitoramento de imagem e, então, a colocação do mobiliário. Cumpridas estas etapas, a biblioteca poderá ser entregue à comunidade. Também já começaram, há cerca de duas semanas, as obras de adequação do prédio multiuso em Rio das Ostras, que envolvem a instalação de uma subestação elétrica, sistemas de refrigeração, divisão do espaço em diversos ambientes para salas de aula e outros usos, bem como a instalação de um elevador para garantir aos usuários plena acessibilidade ao prédio.
No início do mês, iniciaram-se as obras de construção do Laboratório de Análises Clínicas do Curso de Biomedicina, em Nova Friburgo, atendendo a reiteradas demandas da comunidade acadêmica local, por ser fundamental à consolidação do curso. Também como resultado dessas visitas ao interior foi elaborado projeto de reforma e adequação do espaço do Serviço de Psicologia Aplicada em Campos dos Goytacazes, aprovado recentemente pela Direção da Unidade e, portanto, deverá se iniciado nos próximos dias. Quanto ao campus de Angra dos Reis, ocorrerá uma visita técnica ao prédio onde funciona a Unidade na próxima quinta-feira dia 16 de julho, que é o passo inicial para a realização de obras de reforma e de adaptações necessárias as melhorias das condições de funcionamento. Paralelo a isto, ônibus urbanos (BUSUFF) serão, nesses próximos dias, disponibilizados para os campi de Volta Redonda, Campos dos Goytacazes e Santo Antônio de Pádua, de modo a oferecer alternativas de mobilidade gratuita para os membros da comunidade.
No campo da política de pessoal, as unidades fora de sede também receberam atenção privilegiada da administração. Vinte e cinco vagas docentes foram realocadas para a realização de concurso público visando atender às necessidades pedagógicas básicas dos cursos sedidas nas seguintes unidades: Macaé, Campos dos Goytacazes, Nova Friburgo, Rio das Ostras, Santo Antônio de Pádua, Volta Redonda e Angra dos Reis. Também foram providenciadas dezoito vagas para pessoal administrativo, destinadas aos campi de Angra dos Reis, Nova Friburgo, Rio das Ostras, Santo Antônio de Pádua e Volta Redonda.
Finalmente, políticas específicas de estímulo foram desenvolvidas para atender estes campi. O programa de desenvolvimento e consolidação acadêmica dos campi fora de sede, em um momento de severa escassez de recursos para a Universidade, que teve como consequência o cancelamento de vários editais de fomento, destinará este ano recursos da ordem de R$ 500 mil para financiar pesquisadores individuais e grupos de pesquisa das unidades do interior. O lançamento recente do FOPIN, Programa de Fomento à Pesquisa das Unidades do Interior ou Fora de Sede constitui apenas um primeiro passo neste sentido.