A ação de obstrução da entrada do prédio da reitoria, realizada por ativistas do Sintuff na manhã de ontem (16/09/2015), constitui um passo à frente na estratégia de radicalização do movimento grevista da universidade. A pretexto de realizar uma manifestação, os ativistas do Sintuff impediram o funcionamento da reitoria e, de maneira agressiva, cercearam o direito de ir e vir de docentes, técnico-administrativos e estudantes que dependem da reitoria para realizar suas atividades. A radicalização é o resultado óbvio de um movimento de greve predatório e sem objetivos sindicais, que não apresenta um compromisso efetivo com a UFF.
A ação do Sintuff causou inúmeros danos à Universidade. É de se salientar, em particular, que ontem e hoje (16 e 17/09/2015) são os últimos dias para a homologação da folha de pagamento referente ao mês de setembro. Em decorrência desta paralisação das atividades, diversos servidores tiveram seus direitos atingidos. Dentre eles, destacam-se as inclusões no sistema referentes a: docentes promovidos à classe de professor titular, progressões de docentes e técnico-administrativos, servidores que tomaram posse no cargo, retorno de servidores que se encontravam afastados, incentivo à qualificação, retribuição por titulação, ajustes em função de trilhas de auditoria do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), substituição de chefias, aposentadorias e pensões.
Os ativistas que ontem fecharam a reitoria afirmam que querem que a reitoria “negocie” com eles. Negociação é um gesto que resulta da boa vontade e do reconhecimento recíprocos entre aqueles que dela tomam parte, e na qual os partícipes estão dispostos a ceder para chegar a um resultado satisfatório. É importante frisar que esta administração sempre se colocou à disposição das entidades representativas dos três segmentos da Universidade, através do Comitê Gestor e da Mesa de Negociação Permanente, para atender a pontos específicos de interesse dos membros da comunidade, ainda que grande parte dos itens da pauta seja de responsabilidade do governo federal.
O que os militantes do Sintuff fizeram ontem – e membros do Comando de Greve têm feito em diversas ocasiões – é outra coisa. Trata-se simplesmente de violação da lei. Equivocadamente, estes setores parecem presumir que a situação de greve significa uma espécie de retorno à barbárie, ao “vale tudo”, à qual não se aplicam as leis ordinárias. Não é assim.
À administração da UFF cabe o dever de proteger a integridade física dos membros da comunidade acadêmica e o patrimônio material da Universidade, ambos recorrentemente ameaçados pelas ações de integrantes do movimento grevista. Ela não abdicará deste papel. Neste sentido, tem sido coletada vasta documentação – incluindo fotografias e vídeos – sobre atos ilegais, de dano ao patrimônio e de coerção ao pessoal da Universidade, com vistas à tomada de medidas administrativas e legais contra aqueles que os patrocinam. Em vista disso, continua mantida a suspensão das negociações com o Comando de Greve, uma vez que não é possível compactuar com a prática de atos ilegais, pois é dever da administração pública zelar pelo cumprimento da legislação.