O Brasil terminou as Olimpíadas Rio 2016 em 13º lugar no quadro de medalhas, com sete delas douradas, um recorde para o país nos Jogos. Agora é hora de olhar para o futuro do esporte brasileiro. A prática esportiva pode ser um importante instrumento de inclusão social, além de constituir uma significativa área de interesse acadêmico. Com essa percepção, a UFF vem buscando apoiar alunos e professores que participam de treinos e competições de diversas modalidades individuais e coletivas, por meio do Projeto UFF Ativa, criado em 2014 e vinculado à Coordenação de Apoio Acadêmico da Proaes. Dessa forma, a instituição busca assumir um papel de agente de transformação social, promovendo a prática de esportes para a comunidade universitária e toda a região fluminense.
Reconhecida como a maior competição esportiva interna de uma instituição de ensino superior brasileira, a edição de 2015 do InterUFF contou com a participação de cerca de 3 mil atletas, em 15 modalidades. Os jogos internos da universidade são administrados pelo UFF Ativa, mas segundo o supervisor do projeto, Fernando Araújo, a importância da iniciativa transcende as competições. “O UFF Ativa nasceu para integrar a universidade através do esporte”, explicou. Fernando ressaltou a importância da cooperação do UFF Ativa com outras atividades acadêmicas. Recentemente, a Faculdade de Nutrição foi convidada para desenvolver ações junto a um clube onde o projeto mantém uma parceria.
A colaboração faz parte das atividades do Projeto do Observatório do Ambiente Alimentar da UFF, que objetiva identificar a influência do ambiente na alimentação da comunidade dentro e fora da universidade. Em maio deste ano, ocorreu uma ação de promoção da alimentação saudável voltada para crianças e adolescentes que praticam futebol no Canto do Rio Foot-Ball Club, em Niterói.
Há muitas possibilidades de parceria” – Fernando Araújo
De acordo com a diretora da Faculdade de Nutrição, Alexandra Anastacio, a atividade enfatizou os critérios atuais de classificação de alimentos pelo Guia Alimentar Brasileiro, no qual se prioriza o consumo de alimentos ‘in natura’ em detrimento dos ultraprocessados. “Na ocasião, pudemos constatar que a maioria das crianças e adolescentes atendidas pelo clube consumia biscoitos e bebidas açucaradas”, relatou.
Após este encontro, foram identificadas crianças com necessidades específicas de orientação nutricional, que foram encaminhadas para o Ambulatório de Nutrição Infantil da Faculdade de Nutrição. A professora também destacou a importância para os alunos do curso envolvidos na parceria. “Os alunos de Nutrição estão tendo a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos na área e aplicá-los na prática. Essas ações complementam atividades de ensino, pesquisa e extensão, permitindo aos estudantes desenvolverem um olhar crítico e reflexivo sobre a realidade que se impõe”, enfatizou.
A intenção do UFF Ativa é multiplicar essas parcerias, colocando a interdisciplinaridade como base do projeto. Para Fernando Araújo, há potencial para muitos outros cursos se envolverem com o esporte na universidade. “O curso de Comunicação Social poderia desenvolver a identidade visual e fazer a divulgação dos times, já o curso de Educação Física pode estudar e ajudar no preparo físico dos atletas. Há muitas possibilidades de parceria”, exemplificou.
Equipes esportivas da UFF têm cada vez mais destaque em competições
Além de estimular esse vínculo entre os cursos e o esporte da UFF, a iniciativa busca elevar o padrão das modalidades para além do lazer e dar visibilidade para o esporte de alto desempenho. Fernando também ressaltou o crescimento do sucesso dos times da instituição. Atualmente, são 14 seleções de ambos os gêneros e de diferentes categorias esportivas que disputam o Campeonato Carioca Universitário, entre elas as equipes de vôlei, futebol, luta olímpica, basquete e ciclismo. Os times de vôlei, por exemplo, lideram a disputa na fase classificatória, tanto no feminino quanto no masculino.
A estudante de Enfermagem Mariana Targino, líbero da equipe feminina, salientou que a prática do esporte na universidade permite uma integração entre alunos de diversos cursos. Ela também revelou estar otimista com a competição. “Se treinarmos bastante e nos esforçarmos, acredito que vamos conseguir vencer o campeonato”, disse a aluna.
Na época da escola não tive incentivo nenhum, a universidade abre muitas portas” – Bruno Queiroz
O coordenador das equipes de vôlei, João Marcelo Pantoja, enxerga até a possibilidade de profissionalização de atletas e comissão técnica. “O primeiro passo seria se estabilizar como candidato aos títulos universitários. Depois, participar do campeonato organizado pela Federação de Vôlei do Rio de Janeiro para, quem sabe, ter uma equipe disputando a Superliga Nacional de Voleibol”. Ele aproveitou para pedir apoio na reta final da fase classificatória. “Seria de extrema importância que pudéssemos contar com a maior torcida possível para ajudar nossas equipes!”, enfatizou.
Outra equipe que vem se destacando é o jovem time de Luta Olímpica, coordenado pelo estudante de Educação Física Igor Mancebo. O “wrestling”, como o esporte também é conhecido, ganhou quatro medalhas na sua última competição: a 2ª Etapa da Liga de Wrestling do Rio de Janeiro. Detalhe: todos os quatro lutadores da UFF conquistaram medalhas, uma de ouro, duas de prata e uma de bronze.
Igor (que foi o medalhista de ouro) contou que o time é aberto para qualquer aluno com ou sem experiência na modalidade. “Apenas em período de competição nós dividimos o time que vai competir de acordo com as categorias de peso. Todos treinam juntos”, frisou o estudante. Bruno Queiroz, também aluno de Educação Física e medalhista de prata na mesma competição, ressaltou esse aspecto democrático da prática esportiva na faculdade, que promove uma atividade frequentemente negligenciada no ensino médio. “Na época da escola não tive incentivo nenhum, a universidade abre muitas portas para as artes marciais”, revelou Bruno.
O atletismo da UFF possui um grupo de 25 atletas e vai mandar uma seleção para o Campeonato Estadual Universitário, realizado no mês de setembro. O coordenador dessa modalidade, Felipe Freitas, destacou que esta é a primeira e principal competição da equipe no ano. “Temos o objetivo de firmar as modalidades de corrida de 100, 200 e 400m, além de revezamento 4x100m e 5.000m”, evidenciou Felipe.
Por causa de disputas entre o Comitê Olímpico Internacional (COI) e a Federação Internacional de Futebol (Fifa), o futsal não é modalidade olímpica, apesar de ser um dos esportes mais praticados do mundo. No Brasil, por exemplo, se joga mais futsal do que futebol de campo. Na UFF não é diferente, segundo o coordenador e estudante de Educação Física Thiago Rezende. “Há muita procura pelo futsal, que hoje conta com cerca de 60 atletas que participam do projeto de alguma forma. Nosso time masculino ficou em segundo lugar no Torneio Início Universitário. Agora os times se preparam para o campeonato estadual da categoria”, contou.
Para o coordenador de Apoio Acadêmico da Proaes, Gabriel Vitorino, a prática esportiva é fundamental para a comunidade universitária. “A universidade brasileira possui poucos espaços de sociabilidade e construção de laços. O esporte vem suprir essa necessidade de socialização que vai além do encontro casual nos corredores”, conclui Gabriel.
Outras informações sobre esportes podem ser encontradas no site do UFF Ativa. Na página, é possível acessar dados sobre peneiras, seletivas, torneios e curiosidades esportivas.