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UFF se destaca em avaliação da Capes com nove cursos de nível internacional

Criada em 11 de julho de 1951, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal Nacional de Nível Superior (Capes) tem como objetivo expandir e consolidar os programas de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) em todo o Brasil. A avaliação, realizada pela agência a cada quatro anos, é uma ferramenta para que a comunidade universitária mantenha um padrão de excelência acadêmica para os programas de pós-graduação e seu resultado serve como base para a formulação de políticas para a pós-graduação e para as ações de incentivo a bolsas de estudo, auxílios e apoio acadêmico.

Segundo o vice-reitor Antonio Claudio da Nóbrega, ao todo, 17 programas da UFF tiveram elevação dos seus conceitos na avaliação, sendo que aumentaram em mais de 2,5 vezes o número de programas nível seis. “Este avanço não é obra do acaso, mas resultado de planejamento institucional com base no apoio aos programas na forma de melhoria da infra-estrutura e atividades acadêmicas, mas principalmente da dedicação e excelência do trabalho do corpo docente, discentes e servidores tecnico-administrativos. A UFF é hoje uma instituição madura do ponto-de-vista da sua pós-graduação, mas temos convicção de que o fortalecimento desse trabalho, mesmo diante das grandes restrições orçamentárias do governo, produzirá avanços ainda mais robustos”, ressalta.

Na escala de avaliação utilizada pela Capes, os cursos que recebem seis e sete – que contam com mestrado e doutorado – são considerados no mesmo nível de seus pares internacionais. Este ano, oito programas de pós-graduação da UFF receberam nota seis – Economia, Física, Geoquímica, Geografia, Computação, Comunicação, Estudos de Literatura e Química -, e o curso de História recebeu, mais uma vez, o conceito máximo, sete. Isso significa que a UFF conseguiu um desempenho superior à avaliação anterior, mesmo com o atual cenário brasileiro de austeridade, com cortes profundos no orçamento destinado à pesquisa e à pós-graduação.

Em relação à última avaliação, houve um aumento expressivo no número de programas da UFF com conceitos seis e sete – de quatro para nove. Isso significa que mais alunos da instituição serão beneficiados com as vantagens que uma boa avaliação pela Capes traz. Dentre elas, estão a elevação do status do programa dentro da universidade, a valorização acadêmica imediata dos diplomas de mestrado e doutorado, aumento no número de bolsas e acesso a editais e projetos restritos aos programas com avaliação seis e sete.

Para o coordenador do Programa de Pós-graduação em Física (PPG-Física), Marcelo Sarandy, a pesquisa no país tem evoluído em seus aspectos quantitativos e qualitativos. Nesse contexto, é bastante relevante para os programas o destaque no cenário nacional, o que favorece a obtenção de recursos e o desenvolvimento contínuo da pesquisa na universidade. “Para o PPGF, esse conceito seis demonstra mais uma vez, a qualidade do nosso trabalho. Temos alto índice de produtividade em pesquisa, tanto de docentes quanto de discentes, espectro amplo de linhas de atuação e boa infraestrutura para as atividades acadêmicas”, afirma.

O Programa de Pós-graduação em Computação (PGC) possui um corpo docente bastante produtivo e já formou cerca de 120 doutores e 480 mestres. Recentemente, o Instituto de Computação da UFF ampliou sua infraestrutura, contando com um prédio com área de 5 mil metros quadrados dedicados exclusivamente a laboratórios temáticos de pesquisa nas áreas de Algoritmos e Otimização, Computação Científica e Sistemas de Potência, Computação Visual, Engenharia de Sistemas e Informação e de Sistemas de Computação, que já estão em pleno funcionamento. “Esta avaliação promoveu o programa ao nível seis e o coloca entre os dez melhores do Brasil”, declara o coordenador do PGC, Célio Vinicius Albuquerque.

Já o Programa de Pós-graduação em Economia (PPGE) conseguiu elevar sua nota de cinco para seis e foi o primeiro colocado nacional na pontuação por docente permanente – aquele que pesquisa, orienta e ministra aulas, tanto na graduação, como na pós-graduação. Além disso, o corpo de professores conseguiu ocupar as primeiras posições em rankings nacionais de publicações. Para o coordenador, Fábio Waltenberg, o objetivo é manter essa avaliação no próximo quadriênio. “Estamos introduzindo ações afirmativas nos processos seletivos, a começar já este ano no mestrado. Para os próximos quatro anos, nosso programa terá um dos maiores corpos discentes entre os programas de economia no país”, certifica o professor.

O diferencial do Programa de Pós-graduação em Geografia (PPGEO), segundo o seu coordenador, Marcio Piñon, é a produção intelectual qualificada, além de sua inserção internacional, em especial em países da América Latina e Europa, mas também da África, Sudeste Asiático e Austrália. Diversos docentes já participaram como professores visitantes em instituições estrangeiras e têm atuação em movimentos sociais em nível internacional. Além disso, já receberam estudantes de diversos países, especialmente latino-americanos. “Para o quadriênio em curso, esperamos adequar as nossas metas, otimizar os nossos esforços coletivamente e traçar estratégias, com o apoio da Proppi, para melhorar ainda mais os nossos resultados. Para isso, é fundamental que a Capes continue destinando recursos e bolsas em um nível satisfatório, capaz de atender à enorme demanda”, explica.

Já para o coordenador do Programa de Pós-graduação em Química (PPGQ), Ricardo Cassella, alguns pontos são relevantes para destacar o programa, como a decisão de credenciar imediatamente os jovens pesquisadores que chegam à universidade e a grande variedade de linhas de pesquisa oferecidas, que permite que os estudantes possam realizar trabalhos em praticamente qualquer campo da química. “O PPGQ está, neste momento, trabalhando em várias frentes, discutindo questões importantes como as estratégias para aumento da produção científica, a modernização do quadro de disciplinas oferecidas, entre outros pontos”, destaca.

De acordo com o coordenador do Programa de Pós-graduação em Comunicação (PPGCOM), Marco Antônio Roxo, o curso se destaca no cenário nacional pela qualidade da produção intelectual dos seus docentes, conta com um corpo discente muito engajado, produtivo e apresenta uma ousada política de internacionalização, na qual se destaca a sua participação no convênio Erasmus Mundus e, em particular, no consórcio internacional Interzones. “O PPGCOM conta com uma ativa política de intercâmbio em duas vias, isto é, viabiliza tanto o acesso de seus pesquisadores a outros centros de pesquisa relevantes, situados fora do país, como recebe alunos e pesquisadores estrangeiros, interessados em aperfeiçoar a sua formação”, declara.

Para o aluno de doutorado do PPGCOM, marcelo-alves, o relatório mostra a excelência acadêmica do programa e da universidade como um todo. “Entrei como mestrando em 2014 e fiquei para o doutorado em 2016. Este processo de aprendizado está sendo imensurável, pois pude entrar em contato com um corpo de professores altamente qualificado e atualizado com o estado da arte internacional de minha área. É um grande orgulho fazer parte deste programa da UFF”, reconhece.

Segundo o coordenador do Programa de Pós-graduação em Estudo de Literatura (PPGEL), José Luis Jobim, a avaliação colocou o curso no patamar dos 13% melhores do país. No Estado do Rio de Janeiro, há apenas dois cursos com nota seis e nenhum com nota sete nas áreas de Linguística e Literatura. Para a ex-aluna do mestrado, Clarissa Marinho, o corpo docente é qualificado, engajado em atividades de extensão, colóquios, eventos e etc., e o programa é bastante organizado e articulado entre as linhas de pesquisa e projetos. “Concluí o mestrado em junho de 2016 e durante o período do curso executei minha pesquisa com uma orientação de excelência”, assegura.

O coordenador do Programa de Pós-graduação em Geociências (PPGG), Emmanoel Vieira ressalta que o excelente quadro de pessoal docente, técnico-administrativo e de laboratório; a forte inserção internacional com projetos desenvolvidos em parceria com diversos países, como França, Alemanha, EUA e Argentina; além de uma ótima biblioteca setorial, são os diferenciais que fizeram o programa atingir o ótimo conceito. Para ele, a nota seis representa um selo de qualidade do curso, que dá aos alunos melhores condições não só de realização de seus estudos quanto valoriza o título que recebem. “Com toda certeza a formação adquirida pelos estudantes os qualifica melhor para os desafios de um mercado de trabalho mais exigente e competitivo”, garante.

Para a ex-coordenadora do Programa de Pós-graduação em História (PPGH), Ana Mauad, a nota sete na avaliação da Capes reafirma a excelência do PPGH como um coletivo de docentes, discentes e funcionários, e confirma a autonomia do programa na gestão dos recursos financeiros concedidos pela Capes. “A renovação da nota sete pela terceira vez sucessiva, nos projeta no cenário nacional e internacional com a certificação de excelência acadêmica. Atualmente, isso implica na confirmação das redes de pesquisa dentro e fora do país que, nos últimos anos, foram fomentadas, bem como na garantia aos nossos alunos e alunas do acesso a uma formação diferenciada na área de história”, conclui.

A ex-aluna do mestrado em história, Nathália Nicolau, afirma que o diferencial do PPGH é a sua ampla produção em diversos eixos da história, por trazer alunos de diversos lugares do país com temas de pesquisas variados, o que torna o intercâmbio de conhecimento mais rico. “Minha experiência com o programa foi impecável. Os professores foram solícitos em me ajudar, sanar dúvidas, dando suporte para minha pesquisa tomar forma. Consegui terminar no tempo planejado e tive ajuda financeira da Capes”, finaliza.

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