Notícia

UFF reforça estratégias preventivas para a segurança em seus campi

Além de imagens em tempo real dos campi, a UFF conta também com o chamado “botão do pânico”

Nos últimos anos, a população tem acompanhado com preocupação o aumento crescente da violência em todo o Rio de Janeiro. Em Niterói, cidade com o maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado, não tem sido diferente. Segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) publicados em fevereiro de 2018, o número de roubos a pedestres na cidade teve um aumento de mais de 200%, passando de 114 para 339, enquanto o número de roubos a estabelecimentos comerciais saltou de 11 para 44, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Atenta a essa realidade, a UFF vem reforçando ações para oferecer maior segurança a sua comunidade acadêmica.

O pró-reitor de Administração, Néliton Ventura, ressalta que a universidade já possui um sistema moderno de monitoramento de imagens. “Nossa equipe de segurança tem nas cabines imagens em tempo real, de todos os campi de Niterói, e conta, inclusive, com ronda motorizada circulando com rádio para comunicação imediata em caso de alguma ocorrência”, esclarece.

Além disso, Néliton destaca que a instituição vem estreitando a relação e a cooperação com a Polícia Militar e a Guarda Civil Municipal, com a finalidade de promover uma maior atenção desses órgãos ao entorno dos campi de Niterói. “O Comando do 12º Batalhão da Polícia Militar mudou no final de maio e a UFF já estabeleceu uma agenda visando à continuidade dessa parceria”.

A relação da universidade com a polícia se estende inclusive no âmbito do aperfeiçoamento da formação de seu efetivo, já que a maioria dos alunos do curso de Tecnologia em Segurança Pública é formada por policiais militares. O objetivo é propiciar a formação aos profissionais da carreira de segurança pública para atuação nas funções de gestão, planejamento, avaliação e execução de políticas públicas, envolvendo os processos institucionais de administração de conflitos, da violência e da criminalidade em consonância com os princípios de um Estado Democrático de Direito.

O coordenador do Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão de Administração Institucional de Conflitos (Nepeac), Roberto Kant, ressalta que o curso é uma contribuição da UFF para a população. “Transferimos conhecimento das pesquisas de ponta, bem como cumprimos com a missão de atender às demandas sociais através da difusão além dos muros da universidade de uma perspectiva democrática da segurança pública”.

Em relação à segurança interna, Alexandre Robert, chefe da Divisão de Segurança, informa que os vigias e vigilantes que integram a equipe têm sua atuação limitada aos muros da UFF. “No caso de um evento ocorrido fora de um dos campi da universidade, portanto fora dos limites de sua atuação, eles podem acionar a Polícia Militar, a Guarda Civil Municipal ou o Corpo de Bombeiros por rádio, telefone e até por um “botão do pânico”, interligado com o Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp).

A tecnologia conhecida como “botão do pânico” tem a função de convocar forças de segurança de forma rápida e é o maior exemplo da relação da UFF com o Cisp. O dispositivo fica localizado na guarita de entrada do campus do Gragoatá, mas mantém comunicação direta com as guaritas dos outros campi de Niterói.

De acordo com o coordenador de manutenção da Superintendência de Arquitetura e Engenharia (Saen), Maximiliano Silva de Souza, apesar das limitações orçamentárias, a universidade vem mantendo todos os setores funcionando. “Sobre a questão da iluminação dos campi, foi realizado um levantamento no início de junho, registrando todos os pontos com lâmpadas queimadas. O material está sendo adquirido e será imediatamente instalado já nos campi do Valonguinho, Praia Vermelha e Gragoatá. Além dos reparos e substituições das lâmpadas, providenciaremos junto à empresa responsável pela manutenção das áreas verdes a poda das árvores cujos galhos estejam prejudicando a iluminação dos acessos dos pedestres e veículos”, informa.

Outro ponto significativo para a segurança da comunidade estudantil é o funcionamento do sistema de transporte da universidade, o BusUFF. Segundo o coordenador de transporte da Proad, Roberto Athanazio, as linhas 1 e 2 operam em média até 22h15, após o término das aulas noturnas. A Rota 1 sai do Campus do Valonguinho e passa pelos campi instalados entre os bairros do Centro, Gragoatá, Boa Viagem, Ingá e São Domingos. A Rota 2 também sai do Valonguinho e passa pelos campi localizados no Centro, Icaraí e Santa Rosa, onde estão instaladas as unidades ligadas à área de saúde.

Caso ocorra algum contratempo no funcionamento dos ônibus, orienta Néliton, o usuário do BusUFF deverá entrar em contato com a Proad, por meio do e-mail secretaria.proad@id.uff.br, registrando sua demanda.

Já com relação às demandas sobre segurança, os alunos, professores e técnicos administrativos devem entrar em contato com a Ouvidoria, que é o setor responsável por receber, examinar e encaminhar denúncias, reclamações, elogios, sugestões, agradecimentos e pedidos de informação, garantindo os direitos dos cidadãos e buscando ouvir a comunidade interna e externa, com sigilo absoluto. Notificações por parte da comunidade acadêmica são fundamentais porque auxiliam a administração a traçar um planejamento estratégico para suas ações.

Segurança Pública do ponto de vista acadêmico

A antropóloga e professora do Departamento de Segurança Pública Ana Paula Miranda afirma que não é possível falar de uma política de segurança que contemple apenas um grupo específico. “A comunidade universitária só estará segura se toda a sociedade estiver”, ressalta.

Pensando a segurança pública como uma responsabilidade de todos, a antropóloga destaca também a importância da prática de se fazer BOs. Com esse recurso aliado a um planejamento estratégico para o controle da violência, os índices de criminalidade tenderiam a baixar. De acordo com Ana Paula, “é fundamental o registro por parte da população, mas é preciso que as polícias modernizem os modos de gestão desses dados. Hoje são analisados com uma defasagem temporal que prejudica qualquer planejamento”, conclui.

O antropólogo e professor do Departamento de Segurança Pública, Lenin dos Santos Pires, destaca a importância do uso de tecnologias de vigilância para a administração de conflitos. Ele propõe a criação de canais de comunicação solidários – rádios comunitárias, programas na Unitevê – para divulgar o conteúdo produzido por estudantes, professores e técnicos administrativos, voltados não somente à prevenção da segurança contra ameaças externas, mas também de práticas de assédio moral e sexual dentro da UFF.

Por fim, Lenin sugere a criação de um Observatório de Conflitos na UFF destinado a absorver as demandas por atendimentos aos casos de ameaças, agressões, tentativas de assédio, entre outros. “Essas ocorrências seriam objeto de atuação tanto dos comitês locais, como de um comitê integrado por membros da comunidade, com a participação de representantes da universidade”, destaca.

Segurança que Ilumina

Alunos do curso de Segurança Pública e Social da UFF criaram a Ilumina, empresa júnior que qualifica futuros profissionais para atuarem na área de segurança e justiça criminal. Com base em estudos desenvolvidos no espaço, o aluno do quinto período do curso e presidente da empresa, Pedro Moraes reforça a orientação da professora Ana Paula e alerta a comunidade acadêmica sobre a necessidade de se fazer o registro do Boletim de Ocorrência (BO) em casos de violência em torno dos campi. “Para isso, basta que a pessoa procure a delegacia responsável pela área de acontecimento do delito”, explica.

Segundo Pedro, em conversa da equipe do Ilumina com representantes do comando do 12º BPM, os profissionais enfatizaram a relevância do BO para auxiliar o Instituto de Segurança Pública a produzir a “Mancha Criminal”, que consiste no levantamento dos registros de uma determinada área e serve como instrumento para que a secretaria de segurança e as polícias mobilizem recursos e esforços em investigações e outras ações práticas. Além do boletim, existem ainda outras formas de se fazer uma ocorrência, como o Alerta Estudantes, a linha direta com a polícia civil, a linha direta com o Cisp, o Disque Denúncia, além do site e do aplicativo da polícia civil.

Serviço

Ouvidoria da UFF: https://sistema.ouvidorias.gov.br, ouvidoria@id.uff.br ou (21) 2629-5236.
Ilumina: https://www.facebook.com/pg/IluminaUFF/about/?ref=page_internal
Alerta Estudantes: https://t.me/joinchat/GUjXAUy9eMtRdL1RsCz6RQ;
Polícia Militar: 190
Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp): 153
76ª Delegacia de Polícia (Centro): (21) 2719-3220 / 77ª Delegacia de Polícia (Icaraí): (21) 2711-9434
Disque Denúncia: 2253-1177
Polícia Civil: https://dedic.pcivil.rj.gov.br
Aplicativo da Polícia Civil: https://play.google.com/store/apps/details

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