A Universidade Federal Fluminense coordena o Grupo de Trabalho “Plano de Retorno Presencial Covid-19” da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). A comissão foi composta por membros de diversas universidades federais do Brasil e tem o objetivo de pensar cenários e condições necessárias para o futuro retorno presencial nas instituições. As reuniões estão ocorrendo periodicamente de forma remota.
De acordo com o reitor da UFF e coordenador do GT, Antonio Claudio Lucas da Nóbrega, a tarefa é de trocar ideias, compartilhar experiências e elaborar possíveis linhas gerais que ajudem na tomada de decisão das Universidades. “Coerente com a característica da Andifes, não temos a finalidade de criar regras ou determinar ações das universidades que são autônomas e sabem definir seus próprios destinos. Nosso propósito é de entender o papel das universidades federais na construção de seu próprio futuro e de sua inserção na sociedade no contexto de uma nova realidade durante e depois da pandemia”, afirmou.
– “As Universidades Federais têm um papel central na observação e análise da realidade, na projeção de cenários e na proposição de políticas públicas. Esse papel se intensifica no contexto dessa pandemia. Portanto, a força da rede de Universidades Federais tem grande potencial, e até mesmo a missão, para colaborar na previsão dos possíveis cenários, condições e características da retomada das atividades presenciais nos seus campi. Nesse contexto, propomos uma cooperação ampla e intensa entre as Universidades Federais articulando seus estudos já em andamento e a construção de outras estratégias na direção desse objetivo”, explica Antonio Claudio.
Durante a primeira reunião, foi apresentado um estudo da Superintendência de Relações Internacionais (SRI) da UFF, realizado a partir de levantamentos de dados de 43 universidades europeias, localizadas em 13 países. O objetivo do estudo é vislumbrar novas perspectivas para subsidiar futuras decisões a partir de práticas de sucesso realizadas em outros países, nos quais o surto do novo coronavírus já foi controlado e, assim, já existe certa previsão de retorno às aulas.
Desse modo, a partir dos dados coletados, tem-se maior conhecimento quanto às medidas de combate à propagação do vírus nas instituições de ensino superior ao redor do mundo, bem como vislumbra-se a possibilidade de aplicação e adaptação dessas medidas à realidade brasileira.
Nos próximos encontros, o GT se dedicará às seguintes questões:
- Sua universidade possui um GT ou semelhante específico sobre a pandemia?
- Qual o grau de interlocução com a autoridade sanitária local, mais especificamente, possui acesso a dados epidemiológicos relacionados ao novo coronavírus?
- Existe interesse em colaborar para um estudo articulado sobre critérios, condições e estratégias de retorno às atividades presenciais nas universidades e na sociedade de um modo geral?;
- As condições preconizadas pela OMS para a retomada das atividades presenciais podem ser atendidas?
- Qual o impacto das pressões econômicas e políticas na sua região?
- Assumindo que os cenários deverão considerar as estratégias regionalizadas, qual o potencial impacto na unidade da rede das Universidades Federais?
- Quais serão as condições estruturais e funcionais necessárias, mínimas e ideais, dos nossos campi?
- Considerando que prezamos todos pelas premissas da inclusão e da qualidade e que o afastamento físico entre as pessoas e a redução dos deslocamentos serão necessários no novo ambiente que viveremos, quais serão o papel, o impacto e as características das atividades acadêmicas e administrativas remotas?
Além de liderar esse trabalho de articulação nacional, a administração central da UFF também amadureceu sua estratégia de enfrentamento dos impactos da pandemia do novo coronavírus e já está construindo um complexo projeto de inquérito sorológico da nossa comunidade com apoio de pesquisadores das áreas de pesquisa clínica e epidemiologia.