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UFF desenvolve projeto inovador para previsão climática

Em uma era onde a previsibilidade climática se torna cada vez mais importante para a segurança e o desenvolvimento sustentável, a Universidade Federal Fluminense (UFF), em parceria com a Engie Brasil Energia (ENGIE), no escopo do Programa da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e a Fundação Euclides da Cunha (FEC), realiza um avanço significativo na ciência climática: o Projeto Tupã. Esta iniciativa inovadora visa desenvolver uma ferramenta tecnológica capaz de integrar dados climáticos do passado, presente e futuro, oferecendo uma nova perspectiva na previsão de eventos climáticos e suas variações.

O reitor da UFF, professor Antonio Claudio Lucas da Nóbrega, enfatiza que o Projeto Tupã está perfeitamente alinhado à missão da universidade. Ele destaca que a iniciativa vai além do avanço do conhecimento científico, tendo também um impacto prático significativo na melhoria da vida da população, incluindo aspectos como a previsão climática, a segurança energética e o desenvolvimento sustentável.

“O projeto Tupã reflete o compromisso da UFF com a excelência em pesquisa e inovação. A iniciativa liderada pela Professora Ana Luiza Albuquerque, destaca a capacidade de nossa instituição em contribuir significativamente para o avanço da ciência climática e enfatiza nosso papel ativo na busca por soluções sustentáveis para os desafios globais”, ressalta o reitor.

A falta de longas séries históricas de dados climáticos representa um desafio significativo na previsão climática. No Brasil, por exemplo, os registros raramente ultrapassam 80 anos. O Projeto Tupã aborda essa lacuna ao aproveitar a paleoclimatologia, a ciência que estuda os climas do passado através de registros geológicos, para estender nosso entendimento sobre a variabilidade climática.

De acordo com a coordenadora do projeto, Prof.ª Ana Luiza Spadano Albuquerque, do Departamento de Geologia e Geofísica da UFF, o objetivo do Tupã é criar um software avançado que permita aos técnicos da ENGIE buscar e integrar uma vasta gama de dados climáticos. Esta ferramenta oferecerá análises detalhadas para fundamentar decisões estratégicas sobre o clima de regiões específicas do país, contribuindo assim para uma maior segurança no planejamento de recursos e gestão de riscos associados às mudanças climáticas.

A iniciativa também contou com a colaboração de dois pós-doutorandos especializados em climas do passado e futuro, Marilia Schimizu e Rodrigo Nascimento. A equipe se dedicou inicialmente à organização de um banco de dados que abrange as principais bacias hidrográficas brasileiras, integrando variáveis climatológicas cruciais.

“A partir daí, definimos as ferramentas analíticas que seriam incorporadas ao software e o tipo de saída gráfica a ser produzida. Os desenvolvedores de software foram então integrados ao projeto, encarregando-se da criação do software Tupã, com a equipe original permanecendo envolvida para treinamento e teste das funcionalidades”, explica a Profª Ana Albuquerque.

Atualmente, o projeto encontra-se na etapa final de interpretação das variabilidades climáticas regionais, aplicando as ferramentas analíticas desenvolvidas para produzir diagnósticos que auxiliarão a ENGIE na tomada de decisões relacionadas à produção de energia.

Além de consolidar a UFF como uma instituição de referência em paleoclimatologia e mudanças climáticas, o Projeto Tupã promete benefícios extensivos para a sociedade. Aumentar a previsibilidade do clima não só avança a segurança energética, mas também contribui para a segurança alimentar e o desenvolvimento sustentável.

A Coordenadora também destaca que este projeto “é um exemplo de como a colaboração entre universidades e o setor privado pode levar a inovações significativas que têm o potencial de beneficiar toda a sociedade, alavancando a ciência e a tecnologia para enfrentar alguns dos desafios mais prementes do nosso tempo”.

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