Evento
Responsáveis pela produção do evento:
Pedro Paulo Soares Laboratório de Fisiologia do Exercício Experimental e Aplicada (LAFEEA/UFF) – MFL/UFF e
Edmundo de Drummond Alves Junior
Grupo de Pesquisa Envelhecimento e Atividade Física (GPEAF/UFF) – GEF/UFF
Por conta do COVID 19 o mundo está perplexo ao passar por este inusitado problema de saúde pública, que até bem pouco tempo parecia só ser imaginado num contexto de ficção. Ainda é correto dizer que inexiste um fármaco que seja capaz de enfrentar e eliminar o poder destruidor do vírus e que até o momento, só se tem o isolamento social como defesa única. Concretamente só este comportamento se apresenta como garantia de uma não contaminação.
Esta estratégia, apesar de necessária tem seus limites e um custo social e não tendo condições de efetuá-la 100% não traz a garantia de sucesso., e mais, quanto maior for a sua permanência, reavivam-se antigos problemas de saúde que de maneira indireta são aflorados por conta da pandemia.
As ameaças a nossa existência são foco de notícias que não trazem boas expectativas, são muitas incertezas para nosso futuro próximo. A ansiedade e novos medos passam a nos atormentar durante 24 hs. Muitas pessoas são ainda mais afetadas ao serem rotulados como pertencentes a grupos de alto risco. Tanto para estes como os demais a incerteza do amanhã é fato relevante que mexe com a saúde mental. O planejamento que alguém se propôs a ser efetivado num futuro próximo já não cabe mais, não seria demais afirmar que o ano de 2020 ainda não começou. Seu planejamento está cancelado e não será só uma mera mudança de datas.
São muitas as incertezas com o amanhã, os distúrbios do sono se manifestam. O convívio com outros confinados durante 24hs torna-se também outro foco de problema. Aumenta a violência doméstica sendo a mulher a maior vítima. Como mais um conflito de gerações vemos como uma forma de “ageismo” a culpabilização dos mais idosos como se eles fossem os maiores culpados pela pandemia e descontrole no que toca o seu combate. Chegou-se no inicio a se chamar a Gripe como “mata velho” Quem tem rotinas alteradas por conta do medo do vírus apresentam dificuldade em se adequar a rotinas sugerida pelas diversas mídias como fórmula a ser seguida mas, que não se enquadram no seu projeto de ocupação do seu tempo. Com a pandemia e o isolamento social é comum a dificuldade de se adequar as novas rotinas, torna-se angustiante viver de forma diferente do que vinha sendo feito com relativo sucesso no seu projeto de vida. O cumprimento de um novo planejamento do emprego deste novo tempo impõe determinação e enfrenta a resistência de se experimentar algo distante da sua zona de conforto. Nem sempre a estrutura familiar e o local onde será feito o isolamento permitem alterações. Novos problemas acabam por necessitar de cuidados especiais para atenuar a quantidade de crises que rondam os confinados. È angustiante acompanhar o sofrimento de outros imaginando que o sofrimento do outro pode facilmente vir a ser o seu. O medo da morte mexe com o dia a dia daqueles que estão na linha de frente no atendimento dos infectados. Os terapeutas e os que prestam serviços que não podem deixar de acontecer, ficam muito inseguros e impotentes ao verem que seu empenho em cuidar dos outros está comprometido por razões das mais diversas a este estado se soma o desconforto de ver estratégias de combate a pandemia sendo ineficazmente aplicadas, conseqüência de decisões políticas equivocadas que fogem do que vem sendo proposto peles que estudam o assunto. Atualmente todos vivemos em expectativa constante e estados depressivos se manifestam, o medo da morte compromete o nosso projeto de vida. Como melhor enfrentar estes tempos difíceis, como otimizar o tempo, que atividades sociais se permitem neste sombrio momento e como práticas corporais podem auxiliar no enfrentamento da pandemia são novas questões que se apresentam.
Centros de pesquisa trabalham para o quanto antes termos uma vacina que seja capaz de impedir o avanço da contaminação. Considerando que é compromisso de uma universidade produzir conhecimento e da sua difusão, a pandemia impôs novos desafios, envolvendo projetos que se inserem, mesmo que isolados fisicamente, no compromisso que a universidade deve ter com o ensino, pesquisa e a extensão. Acompanham estas preocupações outras de saúde pública que afetam de forma mais visível e também invisível a saúde mental que afetam tanto os discentes, docentes e funcionários preocupados com a defesa de uma universidade pública, gratuita, de qualidade socialmente referenciada, sofredora de várias formas: nas relações sociais,dentro dela estabelecidas, a economia do pais e a necessidade de políticas publicas que atendam plenamente aos anseios da população.. O isolamento imposto não pode ser para sempre e quando sair e como sair passa certamente pelas reflexões e argumentos trazidos pelos espaços acadêmicos daqueles que vem se dedicando com afinco a descoberta de novos achados. A saúde mental tanto dos que vieram a ser infectados ou não infectados, tanto a jovens como os mais idosos, homens ou mulheres e principalmente os que estão sendo mais afetados, as pertencentes das camadas mais necessitadas de condições mínimas para sua sobrevivência.
Fazemos parte do corpo docente da UFF que pensando na importância desta pandemia não se absteve de atuar com seriedade neste moimento, conscientizando o máximo possível a população em todos os veículos difusores de conhecimento para como se portar e como enfrentar as maléficas conseqüências da pandemia. Dando continuidade a parcerias anteriores estabelecidas entre grupos de pesquisa como o Laboratório de Fisiologia do Exercício Experimental e Aplicada (LAFEEA/UFF) e o Grupo de Pesquisa Envelhecimento e Atividade Física (GPEAF/UFF). convidamos especialistas no campo da saúde mental para um encontro virtual que será transmitido ao vivo pelo canal da Unitevê UFF.
Relacionar a saúde mental neste momento de pandemia causada pelo COVID-19 possibilita discussões importantes que serão contempladas no dia 18 de junho às 16hs 30 pelos convidados que apresentarão suas reflexões nesse campo que atuam com renomada competência.