Evento
Ciclo Cinema-provocação
Ato ou efeito de desafiar, incitar algo ou alguém para o combate, para a luta. O ciclo cinematográfico de maio traz no cerne a provocação. A curadoria, composta por filmes brasileiros independentes da última década, selecionou obras atravessadas pela ação: experimentação, reivindicação, reflexão, politização, afetação.
Vimos emergir no Brasil a negação da ciência e do pensar crítico, a desvalorização das artes e dos saberes, o culto à violência, a obediência aos valores tradicionais hegemônicos, o desprezo pelos direitos humanos, a permanência do racismo estrutural e do patriarcalismo. Diante desse cenário, como o audiovisual tece suas respostas? Como elaborar um cinema a partir de tais provocações? Tendo a experiência como ponto de partida, como a imagem e a narrativa “atazana a razão intransigente” (RUFINO e SIMAS, 2018)? O poder das imagens, a coragem da criação artística no enfrentamento do fascismo.
4º Sessão – o cinema é revolta
Não há mais condição: a revolta é condição de existência. O cinema-provocAção busca o agitar, o movimento, o inquieto. O filme que encerra o ciclo de maio, Nóis por nóis, é um cinema que constrói na tela uma narrativa de revolta, de levante. Aly Muritiba e Jandir Santon colocam em cena como protagonistas aqueles que nunca o são, seu cotidiano, sua linguagem, seus sonhos e dilemas, suas insubmissões.
Nóis por nóis, de Aly Muritiba e Jandir Santon
Ficção, Brasil, 2018, 100´
Com Ma Ry, Matheus Moura, Maicon Douglas, Otávio Linhares, Luiz Bertazzo, Matheus Correa, Felipe Shat, Stephanie Fernandes, Sol do Rosário e Patrícia Savary
O Baile rola solto e enquanto o RAP ecoa das caixas de som, quatro amigos vagam pela pista com objetivos bem distintos. O que eles não sabem é que seus destinos estarão selados para sempre após esta noite.
Após a sessão haverá debate com os diretores Aly Muritiba e Jandir Santin e o pesquisador e crítico Wallace Andrioli.
Aly Muritiba é um cineasta baiano, ganhador do prêmio Global Filmmaking do Festival de Sundance de 2013 com o roteiro do longa “Para a Minha Amada Morta”[1] e o seu curta-metragem “A Fábrica”, foi semifinalista ao Oscar de 2013, na categoria melhor curta em live-action. Em sua filmografia, existem trabalhos como: “Circular”, “A Fábrica”, “Para a Minha Amada Morta”, “Com as Próprias Mãos”, “A Revolta”, “Ferrugem”, além dos trabalhos para séries de TV.
Jandir Santin é redator, roteirista e diretor de cinema e televisão. Realizou os curtas “Quando Rio Perde Chão, Ele Vira Cachoeira” e “Paixão Nacional”.
Wallace Andrioli Guedes é historiador, professor e crítico de cinema. Doutor em História pela UFF e membro da Abraccine, escreve no site Plano Aberto e na revista Contrabando. Publicou em 2020 o livro “Política como produto: Pra Frente, Brasil, Roberto Farias e a ditadura militar”, pela editora Appris.
27 de maio de 2021
Quinta | 19h
O filme será exibido por link fechado. Para receber o acesso ao filme e debate será necessário inscrição no formulário: https://forms.gle/sSXXuKqfhrNSpPPg9