Evento
Na semana em o Supremo Tribunal Federal retomará a discussão e votação da tese do Marco Temporal, o Centro de Artes UFF organizou uma sessão do Cine Debate especial para conversar sobre o tema. A iminência da votação provocou a formação do Acampamento Luta pela Vida em Brasília, a maior mobilização de indígenas recente, reunindo mais de 6 mil pessoas, no meio de uma pandemia global ainda em vigor, ainda que seguindo um exemplar protocolo contra a contaminação do coronavírus.
Trata-se de um dos casos mais emblemáticos para os direitos dos povos originários do século, pois servirá de diretriz para a gestão federal e de todas as instâncias da Justiça no que diz respeito aos procedimentos demarcatórios de terras. A tese do Marco Temporal, defendida amplamente pelo setor ruralista, argumenta que apenas as terras que já estavam sob uso de indígenas em 5 de outubro 1988 podem ser reivindicadas. A tese confronta com a Constituição que promulga “São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens”, sem, no entanto, falar em datas.
Para somar ao debate, exibiremos o premiado documentário Martírio, de Vicent Carelli, Ernesto de Carvalho e Tatiana Almeida.
SESSÃO
Martírio, de Vicent Carelli, Ernesto de Carvalho e Tatiana Almeida
Documentário, Brasil, 2017, 162´
O retorno ao princípio da grande marcha de retomada dos territórios sagrados Guarani Kaiowá através das filmagens de Vincent Carelli, que registrou o nascedouro do movimento na década de 1980. Vinte anos mais tarde, tomado pelos relatos de sucessivos massacres, Carelli busca as origens deste genocídio, um conflito de forças desproporcionais: a insurgência pacífica e obstinada dos despossuídos Guarani Kaiowá frente ao poderoso aparato do agronegócio.
02 de setembro de 2021
Quinta | 18h
Transmissão no Facebook do Centro de Artes UFF