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Espetáculo Teatral – Outras Marias

Espetáculo Teatral – Outras Marias

Depois de viver Clara Nunes nos palcos, Clara Santhana joga luz sobre Marias revolucionárias. Outras Marias teve sua estreia no SESC Tijuca em Junho de 2022 contemplado pelo Edital SESC  Pulsar de Cultura. Em seguida realizou apresentações no Teatro  Petragold, no MAR (museu de arte do Rio) e temporada no Teatro Glaucio Gill com sucesso de público e crítica em todas as temporadas e apresentações. O espetáculo recebeu destaque no Selo de qualidade, criado por Gilberto Batholo em 2022 e está indicado em duas categorias dos destaques Musical.Rio 2022 (Melhor atriz – Clara Santhana e Selo Musical.Rio – Outras Marias).

Maria é, segundo a mitologia semita, a mulher escolhida por Deus para gerar e criar seu filho, Jesus. Maria é, certamente por isso, um nome popular no mundo e, em especial, no Brasil. Muitas são as Marias que lutaram (e lutam) por fazer valer seus direitos neste país tão desigual. A atriz e cantora Clara Santhana olha para essas mulheres em seu novo espetáculo. Conhecida por personificar Clara Nunes no musical “Deixa Clarear”, que, ao longo de 9 anos, foi visto por mais de 500 mil espectadores, ela evoca agora sete mulheres. São elas figuras históricas como Maria Bonita e Maria Felipa de Oliveira (que lutou pela independência da Bahia em 1823) e Marias que tornaram-se divindades em cultos de origem brasileira e matriz africana, como as Marias Mulambo, Navalha, a portuguesa Quitéria e a mais conhecida delas, Maria Padilha – amante de um monarca no antigo reino de Castela e foi coroada depois de morta. Elas têm suas vidas e lutas contadas e cantadas no musical Outras Marias, que, após estrear no Sesc Tijuca, com lotação esgotada, fazer apresentações no Petragold e no Teatro Glaucio Gill, em Copacabana. Patricia Selonk, uma das mais respeitadas atrizes da sua geração, faz com a montagem sua estreia como diretora. A dramaturgia é assinada por Marcia Zanelatto, com quem Clara volta a trabalhar, e a direção musical é de Claudia Elizeu e a direção de movimento fica a cargo de Cátia Costa, nome de suma importância na gênese do espetáculo.

As histórias de vidas dessas Marias sustentam a narrativa que, por sua vez, resulta da costura entre textos falados e cantados. Alguns deles são célebres como “Olha, Maria”, música de Tom Jobim letrada por Vinicius de Moraes e Chico Buarque, e “Saias e cor”, parceria de Ana Costa e Zélia Duncan. Essas canções misturam-se a ladainhas e a pontos e louvores às entidades religiosas, como “Arreda homem” e “Pra ser rainha”, ambos de domínio público. Um dos temas é a inédita “Brinca, Maria”, composta pelo professor Luiz Antônio Simas, um dos mais respeitados estudiosos do samba e da africanidade no país.

Não é somente em cena que as mulheres se fazem presentes. Para este projeto, Clara Santhana fez questão de que a equipe técnica fosse não unicamente, mas majoritariamente feminina. Daí a retomada da parceria com Marcia Zanelatto, autora de “Deixa Clarear”, a aproximação com a diretora musical Claudia Elizeu, o convite à atriz Patrícia Selonk, que estreia como diretora e com quem Clara trabalha pela primeira vez, e a presença da diretora de movimento Cátia Costa.  “Como as mulheres retratadas no espetáculo lutaram por seus direitos e, algumas, foram vítimas de feminicídio, quis ter cabeças femininas auxiliando na concepção e no resultado deste trabalho”, justifica Clara.

A parceria com Selonk coroa uma admiração que remonta ao ano de 2005, quando Clara mudou-se para o Rio de Janeiro para, aos 17 anos, ingressar na Uni-Rio, onde cursou teatro. Desde então, não perdeu uma montagem da Armazém Companhia de Teatro, grupo do qual Selonk é integrante. Uma imagem que ficou na memória da jovem Clara é a da Geni, vivida pela atriz em “Toda nudez será castigada”. “A Patricia é uma referência como atriz. Ela se transmuta a cada montagem e isso é algo que acho incrível no trabalho de um ator. Ela, por ser uma atriz de companhia, acaba por fazer um pouco de tudo e isso faz dela múltipla”, explica Clara, que chama atenção para outra característica, a da cumplicidade: “Justo por ela ser atriz, ela tem um olhar interno de ver por onde vai passar o caminho do ator. Ainda mais no caso desse espetáculo, que é um solo”.

Ficha técnica:
Atuação, idealização e pesquisa: Clara Santhana
Texto: Márcia Zanelatto
Direção: Patrícia Selonk
Direção Musical: Cláudia Elizeu
Direção de Movimento: Cátia Costa
Percussão: Beà Ayòóla e Geiza Caldas
Acordeom: Verónica Fernandes
Atriz convidada (voz em off): Ilea Ferraz
Cenografia: Dóris Rollemberg
Iluminação: Daniela Sanchez
Figurino: Wanderley Gomes
Visagismo: Diego Nardes
Arte gáfica: Raquel Alvarenga
Fotos arte: João Saidler
Fotos cena: Ariel Cavotti
Bordadeira: Angela Santtana
Produção Executiva: Nicholas Bastos
Direção de Produção: Diga Sim! Produções (Sandro Rabello)
Realização: Naine Produções Artísticas
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30 e 31 de março e 01 e 02 de abril de 2023
Quinta, sexta e sábado, às 20h, domingo às 19h
Teatro da UFF
Rua Miguel de Frias, 9 – Icaraí – Niterói
Ingressos: R$50 (inteira) – R$ 25 (meia)
Canais de venda: Guichê Web e Bilheteria

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