Evento
O direito à cidade pensado com os territórios e as infâncias é a proposta do livro “Onde o sonho pode morar: receitas de cidades e infâncias em ocupação”, escrito pela pesquisadora, professora e escritora Ana Cabral em coautoria com as crianças da Ocupação Dom Waldyr Calheiros e com o Grupo de Pesquisa em Desutilidades Urbanas, uma ação de extensão da Universidade Federal Fluminense. Editado pela Patuá, o livro teve seu pré-lançamento na Feira Literária Internacional de Paraty (FLIP) deste ano e será oficialmente lançado no dia 07 de dezembro, 10 horas, na Biblioteca Municipal Raul de Leoni, Vila Santa Cecília, em Volta Redonda, RJ.
A obra evidencia que o direito à cidade não se restringe ao acesso aos bens e serviços, ele é também construído e sustentado pelo exercício coletivo e diário de transver a realidade urbana, de reflorestar imaginários, como diz Ailton Krenak, e de sonhar cidades e modos de vida que não sejam a repetição das violências cotidianas e negação de direitos, sobretudo às populações negras, indígenas, migrantes e periféricas. Para tal exercício, compreende-se que as infâncias precisam ser tomadas desde o lugar de sujeitos políticos e, as crianças reconhecidas como fazedoras de cultura – mestras e mestres de seus próprios territórios pelos laços ancestrais que sustentam.
A ideia do livro surgiu com uma demanda do coletivo de mães-líderes da ocupação para a construção de uma biblioteca popular. Como o salão da ocupação estava em obras, a proposta do grupo de pesquisa e extensão foi a de escrever um livro que fosse de autoria das próprias crianças, e que fosse, então, o primeiro livro a ocupar as prateleiras de uma futura biblioteca.
O projeto contou com bolsa de iniciação científica CNPq-PIBIC e bolsa de extensão PROEX-UFF.