No dia 7 de novembro, o projeto de extensão intitulado “Fórum Intersetorial de Vigilância em Saúde de Trabalhadores do Médio Paraíba Fluminense”, coordenado pelo professor Bruno Chapadeiro Ribeiro, vinculado ao Departamento de Psicologia de Volta Redonda (VPS) da UFF, recebeu o prêmio de Melhor Experiência no eixo “Controle Social em Saúde do Trabalhador” no 12° Encontro da Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (Renasttão), no Ministério da Saúde em Brasília (DF). O prêmio foi recebido pelas alunas bolsistas do projeto Nathália de Carvalho Teixeira e Beatriz Pereira Gouvêa.
O objetivo da iniciativa, que foi inspirada no Fórum Intersindical Saúde-Trabalho-Direito (Fiocruz), é facilitar a articulação entre trabalhadores(as), suas representações e as instâncias participativas relacionadas à Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (STT), bem como situar os (as) trabalhadores (as) enquanto protagonistas da Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (PNSTT).
O Fórum Intersetorial de Vigilância em Saúde de Trabalhadores do Médio Paraíba Fluminense surgiu a partir de pesquisas desenvolvidas no Laboratório de Pesquisa em Psicologia, Organizações, Saúde, Trabalho e Educação (Laposte/UFF) e recebe apoio da Comissão Intersetorial de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (CISTT Nacional), do Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e dos Ambientes de Trabalho (Diesat) e da Coordenação Geral de Vigilância em Saúde do Trabalhador (CGSAT) do Ministério da Saúde.
O professor Bruno afirma que sua trajetória profissional e campo de estudos dentro da Psicologia sempre foi a Saúde do Trabalhador e a Saúde Mental Relacionada ao Trabalho – campos eminentemente multiprofissionais, interdisciplinares e intersetoriais. “Nossa ideia é reconhecer os (as) trabalhadores (as) como sujeitos ativos e participativos daquilo que laboram, entendendo que ninguém conhece mais o trabalho que eles (as) próprios (as). Sendo assim, numa proposta de fazer “com” eles (elas) e não “para” eles (elas) é que o Fórum busca se integrar às suas instâncias representativas, como sindicatos e movimentos sociais para fortalecer o campo”, explica.
Dentre os impactos positivos do projeto, Bruno destaca a “interlocução com os atores sociais envolvidos na promoção da Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (STT) no território do Médio Paraíba Fluminense, a inserção nas reuniões das CISTTs em nível nacional, estadual e municipal, o apoio na reconstrução do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador de Volta Redonda (Cerest Médio Paraíba I) e a implantação do projeto “Caminhos do Trabalho”, uma parceria firmada este ano com a Fundação Jorge Duprat Figueiredo (Fundacentro) e com a Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), ambos do Ministério do Trabalho e com o Ministério Público do Trabalho (MPT) para prestar atendimento médico ocupacional, orientação jurídica trabalhista-previdenciária e acolhimento psicológico a trabalhadores (as) da região”.
Já quanto à formação dos (as) alunos (as) extensionistas, o pesquisador ressalta a importância da formação em Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (STT) dentro do curso de Psicologia. “No futuro, esses (as) profissionais atenderão pessoas que trabalham em qualquer espaço institucionalizado, principalmente pensando e elaborando também as políticas públicas para esse campo. O Fórum permite que eles estejam em contato direto com trabalhadores (as), compreendendo suas demandas reais nos cotidianos laborais e do que eles(elas) têm, por exemplo, adoecido e morrido em decorrência do trabalho”, explica.
Por fim, o professor afirma que a integração entre setores e atores sociais que estavam antes atuando de forma isolada é o maior legado do Fórum Intersetorial para a comunidade de trabalhadores da região. “Poder reunir a todos num objetivo único, que é a promoção e prevenção à STT, bem como a vigilância dos ambientes e processos de trabalho que adoecem e matam os (as) trabalhadores (as) é de suma importância. Afinal, é o Controle Social o responsável por formular, propor e também fiscalizar as políticas públicas na área”, conclui.