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Professora da UFF conduz oficina de combate à desinformação para jovens de comunidades tradicionais da Bahia

‘Bora Checar’ oferece atividades práticas para identificar desinformação em saúde, ciência e meio ambiente

Entre os dias 17 e 19 de setembro, o projeto ‘Bora Checar’ vai realizar atividades para fomentar o desenvolvimento de habilidades informacionais e midiáticas de combate à desinformação entre alunos de comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhos no estado da Bahia. A iniciativa, coordenada pela Fiocruz da Bahia, contempla uma série de encontros presenciais com 120 estudantes do ensino médio de escolas dos municípios de Salvador, Cachoeira e Catu. 

Serão realizadas atividades práticas para fornecer aos estudantes as habilidades necessárias para entender, identificar e combater a desinformação em saúde, ciência e meio ambiente. Isso inclui enfrentar narrativas falsas que buscam desacreditar a eficácia das vacinas como uma ferramenta essencial para a saúde pública.

A professora Thaiane Oliveira, Superintendente de Comunicação Social da Universidade Federal Fluminense (UFF) e docente do Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCOM/UFF), foi convidada pelo “Bora Checar” para promover uma oficina com o objetivo de estimular a capacidade crítica e avaliativa dos alunos sobre a informação, com ênfase na integridade informacional em saúde. 

“O objetivo do meu projeto de pesquisa é identificar comunidades periféricas em situação de vulnerabilidade informacional, que tenham acesso limitado à variedade de mídias e que seu acesso ao ambiente digital seja mediado principalmente por plataformas digitais que oferecem zero rating, ou seja, preço zero para o tráfego de dados móveis, como mídias sociais e aplicativos de mensagens instantâneas. Isso as torna essas comunidades mais suscetíveis à desinformação, já que não têm muito espaço ou possibilidade de checar informações e acessar uma variedade de informações qualificadas, especialmente na área da saúde”, comenta Oliveira.

Além disso, o projeto também estimula os alunos a se tornarem produtores de conteúdo, levando em consideração a importância dessas comunidades na criação de conhecimento local. “Nos próximos quatro dias, o ‘Bora Checar’ apresentará caminhos para que esses alunos baianos não apenas identifiquem desinformação científica em saúde que possa afetá-los, mas também para que se envolvam na produção de conteúdo que combata a desinformação em suas próprias comunidades”, conclui a docente.

Segundo o pesquisador da Fiocruz Bahia e coordenador do projeto, Antonio Brotas, a cooperação das entidades está ligada pelo histórico de estudos na área. “Para desenvolver o projeto, desde o primeiro momento, buscamos parceria com a UFF, uma vez que há uma trajetória de pesquisa em desinformação e ciência e saúde na instituição. Nosso objetivo é combinar essa expertise para atuação em ambientes escolares, principalmente em territórios com populações vulnerabilizadas. A parceria deve render excelentes resultados”.

Além da Fiocruz e da UFF, o projeto conta ainda com o apoio do Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT) em Disputas e Soberanias Informacionais (INCT-DSI), em Estudos Comparados em Administração de Conflitos (INCT-INEAC) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ).

Sobre o projeto ‘Bora Checar’

O “Bora Checar”, que conta também com o apoio do Consulado dos EUA, teve seu início em abril deste ano e já promoveu duas séries de oficinas presenciais, além de dois encontros virtuais com as escolas participantes, com a participação de mediadores especializados. Durante essas atividades, foram discutidos temas como os modelos de produção, divulgação e circulação de informações nas redes sociais; a desinformação relacionada à ciência, saúde e meio ambiente; estratégias para lidar com a desinformação; a checagem de conteúdos gerados por Inteligência Artificial; além de ferramentas para coleta e análise de dados de mídia social.

A primeira série de oficinas teve como objetivo proporcionar o desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes voltadas para a educação midiática, por meio da criação de produtos de comunicação. Já a segunda série buscou orientar os participantes a contextualizar as informações recebidas pelas mídias digitais, transformando-as em conhecimento relevante e fortalecendo sua capacidade de resistir à desinformação.

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