Concerto | OSN Série Alvorada – Carlos Prates 90 anos

“Homenagem a Carlos Eduardo Prates”

Hoje a Orquestra Sinfônica Nacional UFF presta homenagem a um músico que tem sua história intimamente ligada aos processos de fomento da música sinfônica no Brasil, dos quais parte dela em colaboração com a OSN UFF. Através das obras de três grandes compositores da história da música, neste concerto homenageamos o maestro Carlos Eduardo Prates, que no último dia 9 de setembro comemoraria 90 anos de nascimento.

Prates foi regente titular da OSN UFF de 1988 a 1991, realizando inúmeros projetos, concertos e gravações. Este programa demonstra as conexões com o maestro Prates através da dimensão e da representatividade que há em cada uma das obras a serem apresentadas.

Dentre inúmeros aspectos artísticos, didáticos e de fomento artístico musical, Prates se dedicou firmemente à tradução de óperas e oratórios para a língua portuguesa. É o caso da ópera “A Flauta Mágica”, de Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791). Tanto pela sua profundidade musical, quanto pelo seu conteúdo simbólico e dramático, é sem dúvida uma das obras mais celebradas do compositor. Teve sua estreia em Viena em setembro de 1791, pouco antes de sua morte. Traduzida por Prates, em parceria com a jornalista e esposa Haydeé Rocha Cintra, a Orquestra inicia o concerto interpretando sua “Abertura”.

A segunda obra do programa, “Abertura Festiva”, do brasileiro Mozart Camargo Guarnieri (1907 -1993), foi dedicada ao amigo Carlos Prates e gravada por ele junto à OSN UFF em long-play de 1989. Sobre a obra Guarnieri escreve na capa da partitura: “A obra “Abertura Festiva” foi escrita por encomenda da Orquestra Filarmônica de São Paulo, para ser executada no concerto inaugural de gala da temporada 1971. (…). Nela o compositor utiliza as conquistas da arte musical, naturalmente, preferindo as que mais se adequam com a sua sensibilidade (…).”.

As composições do alemão Robert Schumann (1810 – 1856) sempre estiveram nos programas dirigidos por Prates, seja em suas colaborações com as principais orquestras no cenário internacional, programas de rádio, projetos de formação de plateias ou em seus trabalhos com jovens músicos no Brasil. Assim, com a grandiosa Sinfonia Nº 3, op. 97 de Schumann, a Orquestra apresenta a última obra do programa. Composta em 1850, é um ponto crucial na carreira de Schumann. Dividida em cinco movimentos, onde o 4º e o 5º são executados sem interrupção, é a combinação de uma profusão de detalhes numa grandeza única, com gradual transição entre a perplexidade e o entendimento contemplativo. Inspirado pelos ideais filosóficos de Goethe, a Sinfonia busca uma concepção voltada para a tradução de sentimentos, tendo a catedral de Colônia, na Alemanha, como figura motivacional. O subtítulo “Rheinische” ou Região do Reno, não foi dado por Schumann, mas pelo editor da partitura, com a finalidade de associar a sinfonia à rica herança cultural e à exuberância da localidade.

“Minha grande missão como músico é reger e fazer a grande música, aquela que é a verdadeira fonte de emoção e beleza para os outros seres humanos” (Carlos Prates)

Deivison Branco
Membro da Comissão Artística da OSN UFF 2023/24

Programa

– Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791) – A Flauta Mágica, K. 620: Abertura (1791) 7’

– Camargo Guarnieri (1907 -1993) – Abertura Festiva (1971) 7’

(Dedicada ao Maestro Carlos Eduardo Prates)

– Robert Schumann (1810 – 1856) – Sinfonia Nº3, “Rheinische”, op. 97 em Mi bemol Maior (1850) 38’

I. Lebhaft  

II. Scherzo. Sehr mässig 

III. Nicht Schnell 

IV. Feierlich 

V. Lebhaft 

15 de setembro de 2024
Domingo | 10h30
Cine Arte UFF
Rua Miguel de Frias, 9 – Icaraí – Niterói
Ingressos: R$40 (inteira) – R$ 20 (meia)
Canais de venda: Guichê Web e Bilheteria