De 22 a 29 de novembro, em Atafona, São João da Barra (RJ), foi executada a filmagem de um documentário que retrata aspectos da erosão costeira e do cotidiano da região. Enfocando questões científicas e sociais relacionadas ao fenômeno erosivo, o filme envolve cenários da foz do Rio Paraíba do Sul, das ruínas, da praia do Norte Fluminense e de variadas paisagens que estão, de alguma forma, modificadas em função do que vem acontecendo nesse balneário.
A produção é resultado de um convite do projeto Atafona, RJ: Avaliação do Processo de Erosão Costeira (www.uff.br/atafona), coordenado pelo professor Gilberto Pessanha, ao projeto de extensão Imagens Naturais (www.uff.br/pin), coordenado pelo professor Miguel Freire, para que juntos realizassem um trabalho que esclarecesse um pouco mais o fenômeno local. O professor Pessanha, do Departamento de Análise Geoambiental, e seus alunos do curso de Geografia da UFF e de Engenharia Cartográfica da Uerj vêm atuando na região desde 2004 com trabalhos de campo de mapeamento cartográfico. Da parceria com o PIN, do Departamento de Estudos Culturais e Mídia da UFF, que tem por motivação justamente as imagens naturais, resultou o filme sobre Atafona, que já está na sua fase de pós-produção, depois de serem gravadas cinco horas de fitas com imagens e sons extraídos em locações variadas.
O filme, que foi pensado e produzido pelos alunos do curso de Estudos de Mídia e dirigido pelo professor Miguel Freire, retrata o avanço do mar sobre essa zona litorânea. A história baseia-se nas diversas explicações para tal situação, apresentando o discurso da população local e do meio científico, sem a pretensão de indicar qual é o verdadeiro, e compreendendo que é um fenômeno complexo, mas um processo natural que envolve uma série fatores. É um documentário-ficção, pois trata de uma situação real, com pessoas reais, mas com uma narrativa cheia de metáforas e que buscar fazer, na realidade, “um elogio às forças da natureza”. Com a participação de moradores locais, o filme busca dar uma resposta à população e será um importante registro de imagem para a cidade, quem tem seu cenário alterado com tamanha rapidez a cada ano.
Apoiado pela Prefeitura de São João da Barra, pelo Ibama e pela UFF, o curta será exibido em Atafona, no circuito acadêmico, em projetos ambientais e em festivais pelo país. Com lançamento previsto para o início de 2007, o filme já encontra enorme expectativa, principalmente para os alunos que vêem nesse trabalho uma grande oportunidade de colocar em prática aquilo que vêm estudando em sala de aula, entrar em contato com uma realidade diferente e aprender cada vez mais sobre audiovisual, uma experiência, sem dúvida muito enriquecedora.