O 6º Curso Ibero-americano de Tecnologia Farmacêutica será realizado de 14 a 25 de agosto, na Faculdade de Farmácia. O objetivo é formar mão-de-obra especializada em fitoterápicos. O evento contará com participantes de onze nacionalidades, difundindo esse conhecimento no Brasil e no exterior.
O país, detentor da maior biodiversidade do planeta, se constitui num valioso patrimônio para o desenvolvimento de novos medicamentos. Apesar disso, o país não tem conseguido produzi-los por falta de especialistas. Este problema torna-se ainda mais grave, já que o governo publicou em 22 de junho deste ano o decreto 5.813, instituindo a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicas para todos os usuários do SUS.
Durante os 11 dias de curso os temas discutidos irão dos processos de extração das plantas, tecnologia de fabricação de medicamentos e de cosméticos fitoterápicos e plantas com ação oxidante, até o controle de qualidade de plantas medicinais. Tudo sempre com intervalos para chás do Brasil, nos horários do tradicional coffee break.
Na programação, além de aulas teóricas, está prevista a visita, dos inscritos no curso, a uma fábrica de produção de insumos fitofarmacêuticos, em Botucatu, e ao Centro Pluridisciplinar de Química, Biologia e Agricultura da Unicamp, em Campinas.
Segundo o professor Leandro Machado Rocha, está havendo uma retomada mundial do interesse pelas plantas medicinais, mas o Brasil tem ficado mais a reboque das plantas estrangeiras, principalmente as asiáticas e européias. Agora, com essa legislação do governo, isso pode mudar e a UFF, que já desenvolve esse trabalho há dez anos, quando foi criado o laboratório de tecnologia de produtos naturais, que produz e desenvolve tecnologia para a produção de medicamentos fitoterápicos, está tentando disseminar esse conhecimento.
Para Leandro Rocha, o país, que já tem uma tradição de uso popular de plantas como medicamento, deveria aproveitar esse conhecimento como estratégia, mas para isso precisa de mais investimentos, sobretudo na fase dos testes clínicos, depois que os medicamentos estão prontos e que são a parte mais cara do processo. E isso teria um retorno seguro, diz ele, pois na última e recente greve da Anvisa e da Polícia Federal, não foi possível importar matérias-primas e os laboratórios ficaram sem poder produzir, “deixando o país vulnerável, quando poderia ser auto-suficiente”.
A Faculdade de Farmácia fica na Rua Mário Viana, 523, Santa Rosa, Niterói.