Um coquetel marcou a revitalização do Porto de Niterói na manhã desta quinta-feira, 23 de março. Comemorou-se a retomada das atividades do Porto, no esforço de poder suprir toda a demanda do setor, e também o “alfandegamento” (permissão da Receita Federal para importar e exportar equipamentos, peças e cargas em geral), que havia perdido há três anos. Segundo estimativas, a cidade vai arrecadar cerca de R$11 milhões por ano com impostos, e ainda serão gerados quatro mil empregos diretos e indiretos. Com a previsão de novos investimentos no setor, abrem-se oportunidades para os alunos da UFF devido a uma parceria firmada pela universidade com a Companhia das Docas em setembro do ano passado, quando foi promovida a Fenashore.
O evento de comemoração foi organizado pela Prefeitura Municipal de Niterói, Companhia das Docas do Rio de Janeiro e concessionárias Nitshore e Nitport. Participaram da cerimônia o prefeito de Niterói, Godofredo Pinto; o secretário de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia do município, Rodrigo Neves; o presidente da Companhia Docas do Rio de Janeiro, Antônio Carlos Soares; o secretário de Petróleo e Energia do Estado do Rio, Wagner Victer; o presidente da Nitport, Gilson Ribeiro; o diretor comercial da Nitshore, Wilson Coutinho; e o presidente da Nitshore, Jorge Antônio Temperini.
A UFF também esteve presente. Foi representada pelo vice-reitor, Antônio Peçanha, pelo pró-reitor de Extensão, Jorge Luiz Barbosa, pela assessora para Assuntos Internacionais, Maria Laura Martins, e pelo assessor de Gabinete, professor Antônio Nogueira, que é o responsável pelo acompanhamento do acordo com a Companhia Docas.
O presidente da Companhia ressaltou a importância do convênio de cooperação técnica firmado com a universidade para o estímulo à qualificação de mão-de-obra especia-lizada e também ao desenvolvimento de produção de conhecimento científico referentes à área. Segundo ele, a indústria naval e o setor portuário estavam praticamente extintos no país, já que a mão-de-obra especializada tornou-se escassa. Desde o acordo, alunos dos cursos de Engenharia e de Administração da universidade já vêm cursando matérias específicas e fazendo estágio na área.
Para Antônio Nogueira, não são apenas os alunos daqueles cursos que vão se beneficiar com o acordo. A parceria também prevê vídeos institucionais feitos por estudantes de Cinema e Vídeo e por produtores independentes. Alunos de Produção Cultural e Comunicação Social também podem participar do projeto, já que, com a revitalização, pretende-se retomar as atividades da Estação Ferroviária Pedro II, que pode vir a se tornar importante centro cultural.
A Escola Técnica Henrique Lage, da rede Faetec, também tem importante papel nesse processo. Seu diretor, Edésio da Costa Justino, afirma que é o único colégio da América Latina que possui estruturas e máquinas para qualquer tipo de indústria naval do país e do mundo. A revitalização do porto renova a esperança de integrar os cerca de 200 jovens que, por ano, se formam na área. A relação do Henrique Lage com a UFF é muito estreita, já que grande parte dos jovens que lá se formam acabam ingressando na universidade.