O conjunto de CD e DVD “Aurora Luminosa – música brasileira no alvorecer do século XX”, produzido pela Orquestra Sinfônica Nacional da UFF (OSN-UFF), foi entregue nesta semana ao ministro da Educação, Fernando Haddad, em cerimônia que contou com a presença do secretário de Ensino Superior, Nelson Maculan, do reitor Cícero Rodrigues, do pró-reitor de Extensão Jorge Barbosa, do diretor do Centro de Artes UFF, Leonardo Guelman, e da regente da orquestra, Lígia Amadio.
Os discos fazem parte do projeto “Música Brasileira no Tempo”, em parceria com o MEC, que prevê mais três volumes, todos com a característica de inserir a música brasileira erudita nos contextos sociais em que as obras foram compostas e gravadas, e disseminar a música erudita brasileira entre os jovens.
A parceria com o MEC possiblitará a reprodução de cerca de 40 mil exemplares, que serão distribuídos nas escolas públicas brasileiras. Além disso, as matrizes sonoras e as imagens, entregues ao ministro, estarão disponíveis também no “Portal Domínio Público” do Ministério da Educação.
Os próximos volumes se chamarão:
1- “Alma Brasileira”, que vai apresentar obras dos principais compositores do período de 1905 a 1930, pertencentes à primeira e segunda gerações nacionalistas, incluindo Heitor Villa-Lobos e Francisco Mignone, entre outros. O DVD dará ênfase aos principais acontecimentos que afetaram o país nesse período, como Primeira Guerra Mundial, Semana de Arte Moderna, Coluna Prestes e a chegada de Getúlio ao poder, em 1930, marcando o fim da República Velha;
2- “Música Viva”, que abrange o período de 1930 a 1954, cujos maiores expoentes são Koellreutter, Cláudio Santoro e Guerra-Peixe, Edino Krieger. Música Viva era o nome de um grupo formado em 1939 com o propósito de atualizar a música brasileira, que deu início às experiências dodecafônicas, características desse período, que vai até 1950, quando Camargo Guarnieri faz uma carta aberta aos músicos e críticos brasileiros, declarando-se contra o dodecafonismo. O DVD abordará aspectos relativos ao Estado Novo, à Segunda Guerra Mundial e ao fim da Era Vargas, com a chegada de Koellreutter ao Brasil durante a Segunda Guerra e a criação do Movimento Música Viva, marcando a oposição ao nacionalismo vigente, identificado com a Era Vargas;
3- “Música Nova”, que vai de 1954 a 1982, se inicia com a morte de Villa-Lobos, expoente máximo do pensamento nacionalista, deixando um vazio que propiciou novo movimento de renovação, de tendência universalista. Os compositores Gilberto Mendes, Rogério Duprat e Willy Correa de Oliveira refletem os poetas concretistas Haroldo e Augusto de Campos e Décio Pignatari. Esse foi um período de grande efervescência cultural e o projeto vai focalizar a obra de compositores brasileiros desde a posse de Juscelino Kubitscheck até o fim do regime militar, em 1985, analisando suas formas de expressão e a resistência à força militar através da arte.