A Farmácia Universitária da UFF promove manifestação no dia 9 de junho, às 10h, na Rua Marquês do Paraná, 182 (em frente à Farmácia), contra a Consulta Pública 31 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que prevê mudanças no setor de medicamentos manipulados (farmácias magistrais).
De acordo com professores e farmacêuticos da UFF, as mudanças significam que usuários da Farmácia Universitária, por exemplo, não poderão mais adquirir vários medicamentos por preços acessíveis, tais como Ginkgo biloba, Omeprazol, Atenolol, Carbonato de Cálcio, entre outros medicamentos manipulados.
Moção de repúdio – O Conselho Universitário da UFF aprovou, no dia 25 de maio, moção de repúdio ao texto da Anvisa, “por considerar que sua implementação poderá acarretar graves prejuízos à saúde da população”. A moção (Decisão nº 12/2005) foi apresentada pelos conselheiros Neliton Ventura, diretor da Faculdade de Farmácia, e Tarcisio Rivello, diretor do Centro de Ciências Médicas, e deverá ser encaminhada ao ministro da Saúde, ao presidente da Anvisa, dentre outros.
Cerceamento – A determinação da Anvisa provocou protestos da Associação Nacional dos Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag), uma vez que cerceia o livre exercício do profissional farmacêutico, especialmente por meio da proibição da manipulação de fórmulas com apresentação e concentração equivalentes às fornecidas pela indústria.
A nova regulamentação, se implementada, pode representar a redução do número de fórmulas preparadas e a queda significativa de postos de trabalho, bem como o risco de fechamento de vários estabelecimentos. Além disso, estudantes de Farmácia também serão prejudicados, pois milhares de vagas deixarão de ser geradas, já que as farmácias de manipulação empregam, em média, 2,8 profissionais por estabelecimento, o que corresponde a mais de 14,5 mil farmacêuticos absorvidos pelo segmento.
Benefícios das farmácias de manipulação – O professor Leandro Rocha, orientador acadêmico da Farmácia Universitária da UFF, destaca, entre os benefícios das farmácias de manipulação, a dosagem exata do medicamento, de acordo com massa corpórea e as necessidades específicas de cada paciente (ou seja paciente com 50 quilos não toma o mesmo antibiótico que uma pessoa com 80); os remédios para crianças, que podem ser feitos num tamanho especial de cápsulas ou manipulados em forma de xaropes, supositórios, entre outros formatos, para facilitar sua administração, evitando que cápsulas sejam partidas ao meio, por exemplo; e o tratamento de algumas doenças que precisa ser feito com vários medicamentos ao mesmo tempo. Quando isto ocorre, o médico pode prescrever uma fórmula manipulada que possibilite a associação das substâncias, sem colocar a vida do paciente em risco.