Professores, alunos e funcionários da universidade criaram, em julho deste ano, o Programa de Moradia Universitária (Promouff), com o objetivo de construir na cidade um alojamento para a comunidade acadêmica. A área do Departamento de Educação Física, no Gragoatá, é a primeira escolha dentre as possibilidades. A segunda opção é o terreno da UFF próximo ao Forte Gragoatá.
O prédio não será exclusivo aos alunos. “Ele não é só para o estudante carente. Servirá também para o professor que vem fazer uma pós-graduação, para o funcionário que vai trabalhar determinado tempo na universidade, para o estudante que tem condições, mas que a família mora longe. Enfim, o programa não pode ter só um viés assistencial, é uma recepção para aqueles que vêm contribuir, sejam alunos da pós-graduação, da graduação, professores ou técnico-administrativos. O mais importante é que até agora as pessoas que estão trabalhando com essa questão não estão pensando em ganho político. Todos sabem que o importante é a gente consolidar um objetivo, um sonho. E aqueles que pretendem ter ganho político com isso, podem ter certeza que ficarão de fora do processo”, diz o vice-reitor Antonio José dos Santos Peçanha.
Uma história de lutas
O mineiro Afonso Madureira, oitavo período de Geografia, é um dos alunos que fazem parte do Promouff. “A luta é bem antiga, pois há 15 anos os alunos já se organizavam pela causa. No dia 16 de outubro de 2002, nós fizemos uma reunião no Diretório Acadêmico de Geografia e naquela data fundamos o Fórum de Luta pela Moradia Universitária. Estavam presentes 25 pessoas, do DCE, e dos DAs de História e Ciências Sociais.”
Em julho de 2003, foi criado o Grupo de Trabalho de Moradia Estudantil, composto por quatro estudantes e quatro professores, sendo um representante do Conselho Universitário. Na mesma ocasião, foi criado outro grupo de trabalho, com o objetivo de estudar a utilização do espaço físico da UFF.
Desde a sua criação, várias propostas foram apresentadas ao GT – Moradia Universitária. Estudos foram realizados a partir de exemplos da UFMG, Ufop, USP e Unicamp. A opção escolhida, segundo o relator do projeto da moradia universitária, Rui Velloso, é construir quatro prédios com quatro pavimentos. Cada andar terá sala-de-estar comunitária e quatro apartamentos com quatro quartos. Serão oito vagas por apartamento.
A equipe do GT –Moradia busca parcerias com empresas e governo para levar adiante o projeto. Apesar de o Rio contar com seis universidades públicas, somente a UFRJ e a UFRRJ mantêm alojamentos para seus estudantes – na UFRJ estão alojados 540 alunos e na UFRRJ, 1.826. Rui Velloso diz que pelo menos 500 vagas serão criadas na primeira fase do projeto da UFF. Na UFF, a cada cinco alunos, quatro não são de Niterói. A “legião estrangeira”, que a cada ano ingressa na instituição, transforma a economia local. Alugando imóveis, freqüentando bares e o lazer niteroienses, os estudantes geram receita para a cidade.