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A doce lembrança de Zecca Porto

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Fernanda Pimentel

José Alberto Nobre Porto, 54 anos, fazia florescer a alegria no Iacs. Professor do Departamento de Cinema da UFF e profundo conhecedor da filmografia internacional e nacional, deixou aos seus alunos e colegas de trabalho uma imensa saudade no último dia 16. Um infarto tirou de cena um dos grandes profissionais da universidade. “Todo falecimento é, certamente, prematuro e, no caso dele, deixou um enorme vazio na Rua Prof. Lara Vilela e suas queridas adjacências”, desabafa o amigo pessoal e diretor do Instituto de Arte e Comunicação Social (Iacs), Antônio Serra.

A dedicação ao curso de Cinema e ao Instituto foi a marca de sua trajetória. “Aqui ele voltou-se para a criação cinematográfica, realizando ou participando de vários trabalhos”, diz Serra. Sua obra passa por vários documentários, como “Niterói Mon Amour” e “Que SuGeres”, sendo este último muito bem-humorado sobre a resistência do movimento docente na década de 80 contra o projeto “Geres” do governo. Além disso, criou e editou o periódico “Cabeçafeita”, na década de 70, cujo estilo e humor antecipou o humor na mídia. Passou pela TV Globo, onde era responsável pela edição final de telenovelas, como “Gabriela” e “Saramandaia”. “Nestes trabalhos pudemos identificar a veia inovadora e experimental do Zecca”, afirma Serra.

De acordo com seus amigos “ele era dotado de excelente estilo de linguagem e formação cultural ampla”. Mas sua contribuição no Cinema da UFF foi mais além. Zecca Porto elaborou o currículo do curso e, segundo Serra, “o equilíbrio e abrangência garantiram o êxito acadêmico”.

José Alberto foi sempre querido pelos alunos por muitos motivos, dentre eles, a capacidade de identificar-se com sua irreverência, questionamentos e, em especial, sua liberdade de invenção. “O Zecca foi uma excelente companhia, sábio em transformar discussões candentes e dicotomias dramáticas em autênticas peças humorísticas e mordazes”, conclui Serra.

Se de tudo na vida não sobrar nada, que fiquem as glórias, os momentos, o trabalho, as esperanças, a luta. E este legado, com certeza, o professor José Alberto deixou.

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